Da Redação
O
significado das cerimônias secretas na Maçonaria tem sido frequentemente
discutido como uma prática reservada e eficaz somente se mantida em sigilo,
distante do conhecimento público. Isso contribui para a perpetuação de mitos e
lendas que envolvem a estrutura iniciática. A eficácia da iniciação parece
depender da revelação gradual através de múltiplas cerimônias em diferentes
estágios, onde o próprio processo de descoberta desempenha um papel crucial na
revelação da verdade.
É importante
destacar que as opiniões expressas neste contexto são pessoais e não
representam a Maçonaria como um todo. Elas buscam abordar esses temas com base
em observações e raciocínio lógico, com o objetivo de desafiar e,
possivelmente, dissipar os mitos, lendas e superstições que cercam a Maçonaria
na imaginação pública.
Ao
considerarmos nossa condição humana, percebemos que a vida é um fluxo contínuo
caracterizado pela impermanência, tanto em nosso desenvolvimento físico quanto
na transformação de objetos inanimados. Este fluxo é regido pela relação de
causa e efeito, onde a própria relação gera a impermanência. Isso sugere que
qualquer fluxo no universo tem uma origem, mas se essa origem é um efeito sem
causa, então estamos diante de um contexto onde tudo é possível, não determinado
por eventos anteriores.
Neste nível
de realidade, que considero a essência do nosso ser, não estamos limitados à
linearidade temporal. A existência de um efeito sem causa fora do determinismo
implica uma dimensão de "Eternidade", não definida pelo tempo
cronológico. Esta "Eternidade" reside não no passado distante, mas
nas profundezas de nossa existência e de tudo o que existe, em uma perspectiva
vertical que transcende a cronologia.
Se a
Eternidade está enraizada em nós mesmos, observamos que o símbolo do círculo
com centro no tabuleiro maçónico sugere uma jornada em direção ao centro, onde
podemos acessar essa Eternidade através de certos processos.
As
cerimônias secretas, por sua natureza reservada e desconhecida, representam um
estado de consciência onde não há distinção entre sujeito e objeto, nem
limitações de tempo ou quantidade. Esse estado oferece uma visão profunda da
vida, onde experiências iniciáticas deixam uma marca duradoura, fundindo
sujeito e objeto em um estado de criação pura.
A iniciação maçónica,
assim, proporciona um estado de consciência singular, contrastando com a lógica
causal do mundo material. Isso sugere uma essência permanente e atemporal em
nossa natureza, além das limitações da cronologia. A prática iniciática implica
um processo de morte e renascimento, conduzindo a uma transformação profunda e
renovação do indivíduo.
A
compreensão desses estados de consciência pode ser comparada à intensidade do
momento presente eterno. Exemplos como conversas profundas entre amigos ou
momentos de admiração artística ilustram esse estado atemporal de felicidade e
significado.
A Maçonaria,
através de seu método iniciático, emerge como uma forma eficaz de explorar e
entender nossa verdadeira natureza. Este método não apenas desafia as
narrativas convencionais, mas também prepara os indivíduos para uma jornada de
autodescoberta e realização.
No futuro,
munidos desse conhecimento, podemos aspirar a construir um mundo que reflita
nossa verdadeira natureza, livre das histórias autoimpostas que obscurecem essa
compreensão.
Portanto, a
Maçonaria, em minha perspectiva, pode desempenhar um papel significativo na
promoção de uma sociedade mais autêntica e consciente.
0 Comentários