Apenas Cumprindo o Dever


Irmão Antônio do Carmo Ferreira

De sobra são as razões para que todos nós estejamos preocupados com a situação em que se encontram a educação e o ensino no Brasil. Defeitos que se acumularam ao longo do tempo e que, ora, mais se agravam frente à velocidade com que o conhecimento avança em nossos dias no mundo em desenvolvimento, sem que tenhamos as condições de acompanhá-lo.

Não somente o homem sofre na ausência de sua capacitação para ser absorvido no mercado de trabalho, mas também o progresso não consegue evoluir, não pela inexistência do capital e sim pela fragilidade do trabalho.

 Culpa-se o nível da educação como principal responsável pela falência na escolha dos governantes que eleitos mantêm o povo assim sem a visão suficiente para descobrir a enganação de que são vítimas. Ao homem brasileiro é necessário e urgente dar-lhe o direito à cidadania. Tirar-lhe a trave que inibe sua visão da realidade. Afastar- lhe "da ignorância que é a mãe de todos os vícios".

Para isto, a melhora na qualidade do ensino se impõe como decisão inadiável. Pois não bastou colocar na Constituição que a educação é um direito de todos. É preciso oferecer as condições para isto. Não só da parte do governo, facultando os meios, mas também da obrigação das famílias, de levarem seus dependentes à escola. A omissão, em ambos os casos, deverá ser denunciada e seus agentes punidos severamente. Trata-se de um crime contra a nação, em que se obstaculiza seu desenvolvimento e a consecução do bem estar de todos.

Nascemos para as coisas excelentes ("ad majora natus sum"). De Deus, somos imagem e semelhança. Templo de Deus como asseguram os Evangelhos. O negócio é não esperar que o "maná" volte a "cair em cada amanhecer". Agora, a sua elaboração corre por nossa conta. "Triste não será vir a saber que alguém não teve o que comer no deserto. Triste mesmo será morrer de fome em Canaã". (José Américo, em A Bagaceira)

Estávamos discutindo o II Plano Nacional de Educação. Rubens Franz era o Presidente da COMAB. Vejam o que ele disse: "Ao tomarmos posse na Presidência da COMAB, submetemos à consideração da sua Assembleia Geral o programa de atividades que nortearia nossa administração, nela incluindo, com destaque, o tema MELHORIA DA EDUCAÇÃO". Rubens viajou a Brasília e apresentou às maiores autoridades do governo federal de então as sugestões da COMAB. Sou testemunha.

O PNE é uma obrigação constitucional. O II PNE exaure sua vigência no mês de junho. Encontra-se em discussão na sociedade a redação inicial do que o Governo Federal pretende apresentar ao Congresso Nacional, como projeto do III Plano Nacional de Educação, para vigência num período de dez anos.

Sabido de todos, esse projeto está em discussão no seio da sociedade brasileira. E já começam a vir, de representantes de várias instituições, gritos de alerta sobre pleitos de inclusão de dispositivos que laboram em desfavor de nossos bons e tradicionais costumes. A Maçonaria tem por que se inquietar com esses "sonhos modernosos", dado que professa "amar a Deus sobre todas as coisas; amar o próximo; honrar a pátria; e dignificar a família". E os "sonhos modernosos", não.

Nossa luta será sempre no sentido de "tornar felizes as pessoas" e que o homem seja "livre e de bons costumes", objetivos que requerem muito esforço para sua execução, mas que decerto não faltará a firmeza de nossos compromissos, pois "o que em um homem comum seria uma qualidade rara, não passa, no Maçom, do cumprimento dos seus deveres".

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