Relevâncias da União

(*) Por Irmão Antônio do Carmo Ferreira

A história tem sido exuberante nos registros dos benefícios que a UNIÃO tem proporcionado à humanidade. Elenca a paz e o progresso como conseqüências imediatas desse concerto.

O salmista (133) ensina que o “bom e o agradável” acontecem quando ”os irmãos estão em união”. E prossegue com esses ensinamentos, fazendo comparações que muito enriquecem a didática sobre o assunto. Saca, neste sentido, dois exemplos lindíssimos. Compara a UNIÃO “ao óleo precioso” que era utilizado na sagração dos sacerdotes e que marcava o pico daquela unção. Convém lembrar que o sacerdote era o top na liderança e na importância social da antiguidade a que o salmista se reportava.

No mesmo salmo faz alusão ainda ao progresso que a UNIÃO é capaz de fecundar, ao compará-la com o “orvalho do Hermon”. No sopé do monte de Sião o terreno era arenoso e sáfaro. Nada ali germinava e precária, portanto, era ali a vida vegetal. Mas o salmista falava do milagre do “orvalho do Hermon” que escorrendo pelas escarpas do Sião, ao se encontrar em seu sopé adquiria a condição de fazer nascerem plantas, crescerem e darem frutos. Pois assim também era “a bênção de Deus” para a UNIÃO.

Mais tarde, em narrações de João evangelista (17, 20), encontra-se outra exaltação à união. Ele registra que era para todos sermos um só. Quer dizer, a vida é importante e geradora dos melhores frutos, ao vivermos em união. Era uma exaltação ao “novo mandamento” do amor ao próximo. “Ut omnes unum sint” – para que todos sejam um. Nisto confirmava o profeta Isaias (48, 22), para quem o atrito, a desavença, a desunião são ca-racterísticas próprias dos ímpios. E o Grande Arquiteto do Universo, segundo Salomão em seu livro de Provérbios (6, 16 a 19), se aborrece, e muito, com as pessoas que praticam essas atitudes,  e “abomina os que semeiam a desunião entre os irmãos”

O pastor James Anderson, ao ser incumbido de preparar as Constituições da Maçonaria Especulativa, e compilando-a, incluiu e destacou que  “a maçonaria é UM CENTRO DE UNIÃO”. As Constituições vêm de 1723, sem reparos até nossos dias.

É de importância incomensurável o processo da união, do qual pula, de imediato, aos olhos de todos, o sentimento de paz. Foi assim que o Cardeal Montini, ao tempo de seu Papado como Paulo VI, via a “paz” como um conseqüente da “união” das pessoas. Para ele, sem a paz, no mundo em que vivia, era impossível o progresso. Neste sentido, escreveu a carta encíclica “Populorum progressio”, com a qual sustenta que  “o desenvolvimento é o novo nome da paz”.

Quero fechar estas considerações a respeito da UNIÃO com um trecho pinçado de uma das escrituras do padre Antônio Vieira. Este excerto foi colhido do jornal “União Santista”,  de  Santos/SP, fundado pelo admirável maçom Hélio Sant´Anna e Silva:

“Toda a vida (ainda das coisas que não têm vida) não é mais que uma união. Uma união de pedra é edifício; uma união de tábuas é navio; uma união de homens é exército. E sem esta união tudo perde o nome e mais o ser. O edifício sem união é ruína; o navio sem união é naufrágio; o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja vida consiste na união de corpo e alma) com a união é homem; sem união é cadáver.” (Padre Vieira).

Exalte-se a Paz de Convivência: feliz relevância da união.

(*) O Irmão Antônio do Carmo Ferreira é Grão-Mestre do Grande Oriente Maçônico do Distrito Federal




Postar um comentário

0 Comentários