A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau,
correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos
objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela
Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.
Essa abordagem de um assunto complexo exige algumas premissas, que, embora verdades inconcussas, podem ser, muitas vezes, esquecidas, em benefício de interesses pessoais de momento. A primeira premissa esclarece que a Maçonaria é uma Fraternidade. Ora, o substantivo feminino fraternidade designa o parentesco de irmãos, o amor ao próximo, a harmonia, a boa amizade, a união ou convivência como de irmãos. Isso leva à conclusão de que, na organização designada, genericamente, como Maçonaria, ou Franco-Maçonaria, definida como uma Fraternidade, deve prevalecer a harmonia e reinar a união ou convivência como de irmãos.
A
segunda premissa afirma que a Maçonaria, como uma Fraternidade, deve ser uma
instituição fundamentalmente ética. O substantivo feminino ética designa a
reflexão filosófica sobre a moralidade, ou seja, sobre as regras e códigos
morais que orientam a conduta humana; refere-se, também, à parte da Filosofia
que tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento
dos princípios normativos da conduta humana, segundo esse sistema de valores.
Sendo a Maçonaria, até pela sua definição,
uma organização ética, devem ser rígidos os códigos de moral e alto o sistema
de valores, que orientam a conduta entre Maçons. Todos os códigos Maçônicos
ressaltam a importância dos valores éticos entre Maçons, ou seja, entre Irmãos.
Isso está bem evidente em disposições inseridas em textos constitucionais, as
quais, com pequenas variações de Obediência para Obediência, afirmam que, entre
outros, são deveres do maçom: “Reconhecer como Irmão todo maçom e prestar-lhe,
em quaisquer circunstâncias, a proteção e ajuda de que necessitar,
principalmente contra as injustiças de que for alvo; haver-se sempre com
probidade, praticando o bem, a tolerância e a fraternidade humana”. E
completam, destacando que: “Não são permitidas polêmicas de caráter pessoal nem
ataques prejudiciais à reputação de Irmãos, nem se admite o anonimato”. A
ética, todavia, não fica restrita apenas às relações entre maçons, mas, também,
às destes com as Obediências que os acolhem, principalmente nas referências a
estas, ou aos seus dirigentes, em textos escritos. Isso está bem caracterizado
no dispositivo legal, que admite ser direito do maçom: “Publicar artigos,
livros, ou periódicos que não violem o sigilo maçônico nem prejudiquem o bom
conceito da (do) Grande Loja (Grande Oriente) ”.
A par, entretanto, dessa ética de caráter
interno, há aquela reconhecida em todos os meios sociais e que considera
atentatórias às regras e códigos morais das sociedades ditas civilizadas, e
ocorrem todos os dias, na sociedade atual, principalmente em épocas de campanha
eleitoral, de crises econômicas, de tumulto social ; ocorrem, também, nos meios
onde a intriga e os mexericos fazem parte do ofício e trazem dividendos
financeiros, como é o caso das “colunas sociais” e da mídia especializada em
futricas de rádio, televisão e teatro. É claro que ocorrem! A sociedade atual,
graças ao esgarçamento de sua estrutura familiar e ao avanço avassalador da
amoralidade, é, hoje, altamente antiética: a solidariedade é moeda em baixa; o
respeito às demais pessoas é praticamente inexistente; o acatamento da lei e da
ordem vai escorrendo pelo ralo; a deslealdade, no sentido de auferir vantagens,
vai de vento em popa; quem está por cima, pisa na cara de quem está por baixo;
e quem está por baixo tenta puxar o tapete de quem está por cima. A Maçonaria,
contudo, deveria dar o exemplo de moral e de ética. Afinal de contas, ela
afirma, em todas as suas Cartas Magnas, que:
Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual
e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática
desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. Proclama-se
que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o
princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as
convicções e a dignidade de cada um.
Nem sempre, porém, isso acontece. A
Instituição maçônica, doutrinariamente, é perfeita, mas os homens são apenas
perfectíveis. Procuram se aperfeiçoar, mas muitos nem sempre conseguem o seu
intento, mesmo depois de muitos e muitos anos de vida templária, persistindo
nas atitudes aéticas e antiéticas, que lhes embotam o espírito e assolam o
ideal de solidariedade, de moral e de respeito à dignidade humana. Para aqueles
que pretendem, realmente, se aperfeiçoar, valem os conselhos contidos numa
mensagem encontrada na antiga igreja de Saint Paul, em Baltimore, datada de 1692:
A ética desempenha um papel fundamental na
Maçonaria, uma sociedade fraternal que remonta a séculos. A Maçonaria é baseada
em princípios morais e éticos que orientam a conduta de seus membros. No
entanto, é importante observar que a Maçonaria é uma organização discreta e,
como tal, muitos de seus ensinamentos e rituais são mantidos em sigilo.
A. Princípios Fundamentais: A Maçonaria
enfatiza princípios éticos como a honestidade, a integridade, a justiça e a
fraternidade. Os maçons são incentivados a agir de maneira ética em todas as
áreas de suas vidas e a tratar os outros com respeito e consideração.
B. Sigilo e Discrição: A Maçonaria é
conhecida por manter segredos e rituais internos. A ética maçônica exige que os
membros mantenham a confidencialidade desses segredos, demonstrando assim a
importância do compromisso e da palavra dada.
C. Beneficência e Caridade: A Maçonaria tem
uma longa tradição de envolvimento em obras de caridade e filantropia. Os
maçons são incentivados a ajudar os necessitados e a contribuir para o
bem-estar da comunidade.
D. Liberdade de Pensamento: A Maçonaria
valoriza a liberdade de pensamento e expressão. Os maçons são encorajados a
buscar o conhecimento e a verdade, respeitando as opiniões e crenças dos
outros.
E. Igualdade e Tolerância: A Maçonaria
promove a igualdade entre seus membros, independentemente de sua origem étnica,
religião ou status social. A tolerância em relação às diferenças individuais é
um princípio fundamental.
F. Autodesenvolvimento: Os maçons são
incentivados a buscar o autodesenvolvimento e o aprimoramento pessoal, visando
a se tornarem melhores seres humanos e contribuir positivamente para a
sociedade.
G. Ética na Vida Cotidiana: A ética maçônica
não se limita aos rituais maçônicos, mas se estende à vida cotidiana. Os maçons
são encorajados a aplicar esses princípios éticos em todas as suas interações e
decisões.
É importante notar que a interpretação e
aplicação da ética maçônica podem variar entre diferentes lojas maçônicas e
jurisdições. Além disso, a Maçonaria não é uma religião, mas muitos de seus
princípios éticos têm semelhanças com valores religiosos, como a busca pela
verdade e a prática da caridade.
Em resumo, a ética na Maçonaria é uma parte central de sua filosofia e prática, enfatizando valores como honestidade, igualdade, caridade e respeito. Embora os detalhes dos ensinamentos e rituais maçônicos sejam em grande parte sigilosos, os princípios éticos da Maçonaria são amplamente conhecidos e respeitados por seus membros.
Citação:
“Vá plácido entre o barulho e a pressa;
lembre-se da paz que pode haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem
capitular, esteja de bem com todas as pessoas. Fale a sua verdade, clara e
calmamente; e escute os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes, pois também
eles têm a sua história. Evite pessoas barulhentas e agressivas. Elas são
tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, pode se tornar vaidoso
e amargo, porque sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você. Desfrute
suas conquistas, assim como seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria
carreira, ainda que humilde; é o que realmente se possui, na sorte incerta dos
tempos. Exercite a cautela nos negócios, porque o mundo é cheio de artifícios.
Mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe; muitas pessoas lutam
por altos ideais e, por toda parte, a vida é cheia de heroísmo. Seja você
mesmo. Principalmente, não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor, porque,
em face de toda aridez e desencanto, ele é perene como a grama. Aceite,
gentilmente, o conselho dos anos, renunciando, com benevolência, às coisas da
juventude. Cultive a força do espírito, para proteger-se, num infortúnio
inesperado. Mas não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da
fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, seja bondoso consigo
mesmo. Você é filho do Universo; não menos que as árvores e as estrelas, você
tem o direito de estar aqui. E que seja claro, ou não, para você, sem dúvida o
Universo se desenrola como deveria. Portanto, esteja em paz com Deus, qualquer
que seja a sua forma de conhecê-lo, e, sejam quais forem sua lida e suas
aspirações, na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com sua alma.
Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este ainda é um mundo
maravilhoso. Esteja atento”!
by Castellani, José
Autor:
(*) Francis Magno Flosi - M:.M:. G.:16
IME: 099104
- GOB – Loja Constância nº 1147
Acadêmico da ACML cad. Nº 12
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