Por Christian M. Christensen
Na maioria dos rituais, o recém-iniciado é
apresentado às quatro virtudes cardinais: prudência, justiça, fortaleza e
temperança, como parte da instrução do grau de Aprendiz. Embora essas virtudes
sejam descritas em detalhes, pouca atenção é dada a elas nos ensinamentos
maçônicos posteriores. Consequentemente, poucos maçons entendem seu
significado, relevância e como aplicá-las na governança do comportamento.
Origens
na Grécia Clássica
As quatro virtudes cardinais foram
introduzidas por Platão em A República, escrita em 380 a.C., onde foram
identificadas como sabedoria, coragem, moderação e justiça. Essas virtudes
foram utilizadas em discussões sobre a ordem e o caráter do estado e do homem.
Platão não se aprofundou nos detalhes das virtudes, mas as utilizou como
conceitos para ilustrar o comportamento ideal na sociedade. Em 44 a.C., o
filósofo romano Cícero expandiu as definições das virtudes, associando-as à
retidão moral em seu texto De Officiis.
Fundamento
na Maçonaria
As virtudes cardinais são pilares
fundamentais sobre os quais construímos nosso edifício maçônico e nosso caráter
moral. Assim como uma construção depende da solidez da pedra fundamental, o
mesmo ocorre com essas virtudes em nossa jornada maçônica. As definições exatas
das virtudes cardinais podem variar de acordo com o texto de referência, o
filósofo ou o contexto, mas o significado geral permanece o mesmo.
Significado
Esotérico Mais Profundo
Como ocorre com muitos elementos na
Maçonaria, as quatro virtudes cardinais possuem um significado esotérico mais
profundo nos rituais, sendo associadas aos quatro pontos perfeitos de
iniciação. Duncan, em seu Ritual e Monitor de 1866, estabelece uma conexão
entre as virtudes e certas partes do corpo utilizadas durante a cerimônia, como
um lembrete anatômico dos princípios maçônicos.
Instrução
Moral Direta
A razão pela qual devemos prestar atenção e
praticar as virtudes cardinais é sua aplicação direta e impacto claro.
Simplificadas, elas nos incentivam a governar nossas paixões, resistir às
tentações, regular nosso comportamento e fazer o que é certo, algo que todos os
maçons devem internalizar. A Maçonaria é vista como um sistema moral peculiar,
velado em alegorias e ilustrado por símbolos, e as virtudes cardinais, sendo princípios
claros, devem ser seguidas e vividas diariamente.
Essas virtudes são os alicerces da Arte Real
e devem ser compreendidas e praticadas por todos aqueles que buscam uma conduta
moral íntegra e um progresso espiritual mais profundo.
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