Da Redação
A primeira das Antigas Obrigações, “Sobre Deus e a Religião”, declara: “Um maçom é obrigado, por sua posse, a obedecer à lei moral; e, se ele entender corretamente a arte, nunca será um ateu estúpido...” Assim, todos os candidatos devem professar uma crença na Divindade como requisito essencial. Nenhuma loja aceitará a petição de um candidato que não esteja disposto a expressar essa crença.
Ensina-se que um
ateu não pode ser iniciado maçom, e a razão comumente dada é que, sem uma
crença na Divindade, nenhuma obrigação poderia ser considerada realmente vinculante.
Entretanto, a razão é mais profunda do que isso: um ateu não pode ser maçom “em
seu coração”. O simbolismo maçônico é fundamentado na construção de um Templo
ao Altíssimo, e seus ensinamentos sobre a paternidade de Deus e a irmandade da
humanidade são centrais. Alguém que descrê desses conceitos dificilmente se
sentiria à vontade na Fraternidade.
Embora se possa
debater e interpretar o que é um ateu, para a Maçonaria, um ateu é simplesmente
alguém que não acredita na Divindade. Isso levanta a questão: “Em que tipo de
Divindade é necessário crer?” A concepção de Deus é profundamente pessoal e
varia de acordo com a formação religiosa e a compreensão individual. Alguns o
veem como uma figura antropomórfica; outros, como uma Força Brilhante ou um
poder universal penetrante. A Maçonaria, no entanto, não impõe uma definição
específica de Deus, pois compreende que essa concepção é vasta e ilimitada.
Diferente de outras
organizações, a Maçonaria não exige que se acredite no Deus de outra pessoa.
Não existe um decreto maçônico que defina um único conceito de Deus para todos
os irmãos. Por essa razão, a Maçonaria valoriza a crença em um Ser Supremo, mas
permite que cada membro defina sua própria compreensão.
Um famoso ditado
resume bem a posição maçônica: “Um Deus definido é um Deus limitado, e um Deus
limitado não é Deus!” Do ponto de vista maçônico, Deus é ilimitado e
indefinível. A Maçonaria apenas pede que seus membros acreditem em uma
Divindade ilimitada, o que constitui a base de sua Fraternidade.
No Grau de
Companheiro, a Maçonaria ensina sobre a Lógica, afirmando que o finito não pode
compreender o infinito. Assim, a Fraternidade não define Deus, permitindo que
cada membro conceba a Divindade à sua maneira, seja ela finita ou infinita.
Aqueles que se identificam
como agnósticos, que expressam acreditar “em algo”, são bem-vindos, pois a
Maçonaria não exige descrições detalhadas desse “algo” — somente a crença em
uma força superior. A Ordem compreende que muitos homens, mesmo aqueles que se
denominam ateus, podem na verdade estar em busca do divino de uma maneira não
convencional.
Por fim, quando o
grande cisma maçônico foi superado em 1813, as duas Grandes Lojas, “Modernos” e
“Antigos”, estabeleceram que qualquer homem que acredite no “glorioso Arquiteto
do Céu e da Terra” e pratique a moralidade tem um lugar na Maçonaria. O que o
maçom pensa sobre esse glorioso Arquiteto é algo entre ele e a Divindade,
mantido “em seu coração”.
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