Da Redação
Mais do que qualquer outra coisa, a Maçonaria é
uma designação.
Claro, as demais denominações estão corretas: a
Maçonaria é o remanescente de uma tradição de mistérios, uma escola de
instrução filosófica e moral, um exercício coletivo de autogoverno. E todas
essas definições são importantes. Mas é o trabalho que une a Arte Maçônica na
proximidade e que traz propósito ao coração.
Nesse sentido, a Maçonaria é justamente as
formas e cerimônias que a compõem — posições movidas por pessoas, ofícios
determinados por incumbência. A Maçonaria é um foco no espaço e no tempo para a
ocupação dos membros. É um lugar onde estar e algo para fazer lá.
Certamente, a Loja (isto é, a congregação dos
Irmãos, e não o edifício) é o ponto central. Dentro de seus limites, os maçons
se conectam e moldam a estrutura de sua sociedade. A Maçonaria se torna um tecido
de sociabilidade, uma construção dentro da qual relações pacíficas de respeito
mútuo e progresso meritório são feitas para se manifestar.
Uma hierarquia necessariamente emerge, de certo tipo: um grupo não pode se mover sem hierarquia, para determinar a opinião da maioria, mover a Loja e salvaguardar a visão da minoria. Mas essa hierarquia depende da ocupação da Loja em si, da promulgação das formas e cerimônias, e não de considerações externas. Na Loja, os homens são unidos somente pelo trabalho. É isso que a palavra "Arte" (ou "Craft", em inglês) também deve significar: trabalhar os relacionamentos, forjar uma sociedade de maçons, manifestar a Loja. E, por extensão, moldar o mundo ao nosso redor à medida que cada membro é aperfeiçoado em sua jornada.
O
Trabalho Exige Dignidade
O trabalho requer dignidade. Há determinação no
trabalho — memória é necessária para apreendê-lo, acuidade para compreendê-lo,
e capacidade para bem exemplificá-lo. Quando bem executada, a Maçonaria dignifica
a assembleia, sem pompa ou afetação. Ela capacita seus oficiais a estenderem,
por suas melhores naturezas, a aplicação da verdade nas deliberações da
assembleia.
Os homens devem permanecer de pé, retos. A assembleia se regula com cortesia, com respeito — não em função do ambiente (como em um tribunal ou uma casa de Estado onde o próprio cenário comanda uma postura), mas em função das formas e cerimônias pelas quais a Loja é promulgada como uma Loja de Maçons.
O
Trabalho Nos Une
Os Irmãos vêm à Loja simplesmente para abrir a
Loja. De fato, o edifício é destrancado — mas isso não significa que a Loja
esteja aberta!
A Loja é criada pelas formas e cerimônias
incorporadas pelos maçons, cada um como uma pequena engrenagem no conjunto do
todo, que gira entre cantos quadrados e as pontuações do malhete para estampar
uma nova realidade compartilhada entre os membros. A marca é clara, embora
invisível.
Aqui, neste espaço, o tempo produz frutos de beneficência. Homens dão-se as mãos e unem fés através das divisões sociais impostas pelo paroquialismo. A caridade surge, porque, no fim, é isso que resta. Se há ação correta, haverá caridade. Os homens beberão, trabalharão, guerrearão e buscarão aventuras, procurando novidades com as quais matar o tempo. Mas a Maçonaria é regular, repetitiva e imutável (em sua maior parte) porque ela é, em sua essência, a ocupação do tempo para a realização das virtudes.
A
Elevação do Homem
Nisso, as naturezas mais baixas devem ser
vencidas (a paciência as silencia), o maçom pode ser elevado a uma convivência
mais harmoniosa, bem-educada e direcionada à contemplação das cerimônias
secretas que exemplificam facilmente:
A
rotação das esferas;
A
propagação do destino;
E a
realização última rumo à visão unificadora na qual a fonte de tudo é
glorificada.
Non nobis Domine, non nobis, sed Nomini Tuo da
gloriam!
(Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Teu nome
dá glória!)
— KT (Cavaleiro Templário)
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