O Trabalho Nos Une!

 



Da Redação

Mais do que qualquer outra coisa, a Maçonaria é uma designação.

Claro, as demais denominações estão corretas: a Maçonaria é o remanescente de uma tradição de mistérios, uma escola de instrução filosófica e moral, um exercício coletivo de autogoverno. E todas essas definições são importantes. Mas é o trabalho que une a Arte Maçônica na proximidade e que traz propósito ao coração.

Nesse sentido, a Maçonaria é justamente as formas e cerimônias que a compõem — posições movidas por pessoas, ofícios determinados por incumbência. A Maçonaria é um foco no espaço e no tempo para a ocupação dos membros. É um lugar onde estar e algo para fazer lá.

Certamente, a Loja (isto é, a congregação dos Irmãos, e não o edifício) é o ponto central. Dentro de seus limites, os maçons se conectam e moldam a estrutura de sua sociedade. A Maçonaria se torna um tecido de sociabilidade, uma construção dentro da qual relações pacíficas de respeito mútuo e progresso meritório são feitas para se manifestar.

Uma hierarquia necessariamente emerge, de certo tipo: um grupo não pode se mover sem hierarquia, para determinar a opinião da maioria, mover a Loja e salvaguardar a visão da minoria. Mas essa hierarquia depende da ocupação da Loja em si, da promulgação das formas e cerimônias, e não de considerações externas. Na Loja, os homens são unidos somente pelo trabalho. É isso que a palavra "Arte" (ou "Craft", em inglês) também deve significar: trabalhar os relacionamentos, forjar uma sociedade de maçons, manifestar a Loja. E, por extensão, moldar o mundo ao nosso redor à medida que cada membro é aperfeiçoado em sua jornada.

 O Trabalho Exige Dignidade

O trabalho requer dignidade. Há determinação no trabalho — memória é necessária para apreendê-lo, acuidade para compreendê-lo, e capacidade para bem exemplificá-lo. Quando bem executada, a Maçonaria dignifica a assembleia, sem pompa ou afetação. Ela capacita seus oficiais a estenderem, por suas melhores naturezas, a aplicação da verdade nas deliberações da assembleia.

Os homens devem permanecer de pé, retos. A assembleia se regula com cortesia, com respeito — não em função do ambiente (como em um tribunal ou uma casa de Estado onde o próprio cenário comanda uma postura), mas em função das formas e cerimônias pelas quais a Loja é promulgada como uma Loja de Maçons.

 O Trabalho Nos Une

Os Irmãos vêm à Loja simplesmente para abrir a Loja. De fato, o edifício é destrancado — mas isso não significa que a Loja esteja aberta!

A Loja é criada pelas formas e cerimônias incorporadas pelos maçons, cada um como uma pequena engrenagem no conjunto do todo, que gira entre cantos quadrados e as pontuações do malhete para estampar uma nova realidade compartilhada entre os membros. A marca é clara, embora invisível.

Aqui, neste espaço, o tempo produz frutos de beneficência. Homens dão-se as mãos e unem fés através das divisões sociais impostas pelo paroquialismo. A caridade surge, porque, no fim, é isso que resta. Se há ação correta, haverá caridade. Os homens beberão, trabalharão, guerrearão e buscarão aventuras, procurando novidades com as quais matar o tempo. Mas a Maçonaria é regular, repetitiva e imutável (em sua maior parte) porque ela é, em sua essência, a ocupação do tempo para a realização das virtudes.

 A Elevação do Homem

Nisso, as naturezas mais baixas devem ser vencidas (a paciência as silencia), o maçom pode ser elevado a uma convivência mais harmoniosa, bem-educada e direcionada à contemplação das cerimônias secretas que exemplificam facilmente:

 A rotação das esferas;

 A propagação do destino;

 E a realização última rumo à visão unificadora na qual a fonte de tudo é glorificada.

Non nobis Domine, non nobis, sed Nomini Tuo da gloriam!

(Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Teu nome dá glória!)

— KT (Cavaleiro Templário)

 


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