A Postura do Maçom em Loja

Por Hilquias Scardua

A postura de um Maçom abrange tanto o posicionamento físico quanto o comportamento ético e simbólico do indivíduo. Ela traduz, ao olhar do outro — o observador —, uma leitura positiva ou negativa dos atos de quem exerce algo ou alguma função dentro do espaço sagrado da Loja.

Trataremos aqui, de forma objetiva, do comportamento do Maçom dentro da Loja — ou seja, do modo como se comporta enquanto exerce uma função ritualística ou apenas preenche, com sua presença, o espaço da Oficina. Qual é a importância disso? Em que medida o comportamento influencia no desenvolvimento e na harmonia da cerimônia maçônica?

Buscarei responder de forma breve, com base em minha própria experiência, nas observações acumuladas ao longo dos anos, e nos relatos — positivos e negativos — que me trouxeram luz sobre esta questão central.

Antes, faço menção a um artigo de minha autoria, publicado em diversos canais de mídia maçônica — O Malhete e O Semeador —, intitulado: "Um Profano dentro do Templo". Neste texto, evoco a figura daquele que não compreendeu a importância simbólica do Átrio e, assim, adentrou ao Templo levando consigo pensamentos e sentimentos alheios à cerimônia, transportando o universo profano para o interior do espaço sagrado — profanando o templo, ainda que involuntariamente.

Retomando a primeira questão: o que realmente importa, neste contexto, é a disciplina exposta de forma coerente e significativa ao Rito e às atividades em Loja. A importância disso repercute diretamente no exercício pleno da presença — ou seja, cria aptidão e qualifica o Irmão para evitar posturas e atitudes incompatíveis com a cerimônia. Isso vai desde a forma de se portar ao sentar até a maneira como expressa suas falas ou opiniões fora do ritual.

Quanto à segunda pergunta, é evidente que o comportamento influencia profundamente a cerimônia. Desde o respeito ao protocolo ritualístico até o impacto de uma conduta inadequada na fala ou nos gestos. Um Cobridor que não sabe manusear sua espada, um Porta-Bandeira que desconhece o simbolismo e as normas relacionadas aos símbolos nacionais, um Mestre de Cerimônias que não domina a ritualística ou que falha nos códigos da educação cerimonial — todos esses exemplos revelam o quanto a falta de preparo pode comprometer o clima simbólico e espiritual da sessão.

Em resumo, a postura é mais do que uma posição física — é o reflexo de valores, disciplina e respeito à Tradição. Contribui diretamente para a qualidade do Maçom como liderança social, espiritual e simbólica. Do contrário, sua má postura o expõe como alguém que, mesmo de avental, comporta-se como um profano dentro do Templo.

Postar um comentário

0 Comentários