Como é a Iniciação na Maçonaria

 



Como é a Iniciação na Maçonaria


Por Ir.'. Robson de Barros Granado

Iniciação é simulação de uma proposta apresentada de nascer de novo, um desafio aceito e um percurso a percorrer. A proposta é feita a alguém que representa o papel simbólico de uma alma fora deste mundo material. Esta alma despida de um corpo, ainda errante, tem a oportunidade de nascer para uma vida de autotransformação e de serviço para o próximo. O candidato à iniciação, símbolo da alma errante, é abordado por um mestre que lhe traz uma proposta.

O mestre é aquele que simbolicamente transita entre o oriente e o ocidente, entre os mundos invisível e visível, espiritual e material. Cabe ao mestre o comando espiritual dos iniciados, o traçado dos planos que são executados por aqueles que transitam apenas no mundo visível, material.

 O mestre identifica alguém que estando despido de um corpo apresenta possíveis condições de nascer novamente para uma nova jornada de transformação pessoal, livrando-se de vícios, paixões e preconceitos e trabalhando pelo próximo. Se a proposta for aceita pelo candidato, precisa ainda ser avaliada pelos demais mestres que devem estar convencidos de que o candidato realmente deseja enfrentar o desafio e de que teria condições de ser bem sucedido.

Nascer novamente é fazer-se carne, construir uma personalidade, ter uma identidade com a qual interagir socialmente. Nascer novamente é mais uma vez ser lançado no mundo material, é expor-se às influências que atuam em todos os seres, o ardor do espírito, a espiritualidade, as ilusões do espelho da alma, a sensualidade, a materialidade, a vontade imperiosa de realização e a síntese mercurial de todas essas influências. Forças que podem favorecer a realização virtuosa ou a queda nos vícios representados simbolicamente nos sete pecados capitais. O percurso é extremamente difícil e cheio de perigos. Sozinho, o renascido não terá sucesso. Ao cair na matéria, a verdade espiritual se obscurecerá em sua consciência. O renascido precisará de um guia que o conduza pelo caminho, que o livre dos perigos e o ajude a contornar os obstáculos porque, na matéria, ele está cego para a realidade espiritual. Um compromisso precisa ser firmado.

Tudo é exposto ao candidato, o caminho a seguir, os desafios a superar, os perigos a evitar e as virtudes a buscar. Se o candidato aceitar a oportunidade que lhe é apresentada, consciente de todas as circunstâncias, firmará um pacto solene, após o que será aceito e reconhecido como um novo membro da irmandade. Enquanto permanecer fiel ao compromisso assumido, contará com o apoio da fraternidade, se for perjuro, será descartado e esquecido.

O novo irmão agora simboliza a alma que caiu na matéria e conhecerá o prazer e a dor da vida material, vai beber ao esgotamento o doce e o amargo da vida, mas nunca estará só e desamparado. Os elementos vão purificá-lo. A primeira purificação é a da terra e os iniciados sabem onde essa primeira purificação acontece.

A purificação pelo ar se dará pela superação dos obstáculos interpostos em seu caminho. A água limpará suas mãos que nunca deverão ter as marcas do erro. O fogo extinguirá as nódoas dos vícios. A partir daí é a vida que vai seguir como um rio rumo ao mar.

Para o iniciado, o destino de sua jornada não é um paraíso, um jardim do Éden, uma colônia espiritual.

Tendo tido sucesso em trilhar seu percurso iniciático, o que lhe aguarda é reunir-se com os mestres na câmara onde trabalham em socorro dos que ainda se encontram errantes. O destino do iniciado não é qualquer gozo celestial, mas a realidade de servir ao próximo, até a realização da utopia de fazer feliz a humanidade.

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