Os 10 Segredos das Lojas Maçônicas na
Argentina que Pouca Gente Conhece
Descubra as conexões com presidentes, clubes de
futebol icônicos e seu impacto na arquitetura, educação e cultura
Envolta em mistério e símbolo de uma elite
intelectual e filosófica, a Maçonaria na Argentina não apenas sobreviveu ao
tempo — ela ajudou a moldá-lo. Em meio a mitos, rituais reservados e um passado
entrelaçado com a construção do Estado, suas influências permanecem visíveis
nos alicerces políticos, culturais e sociais do país. A seguir, revelamos 10
segredos fascinantes sobre as lojas maçônicas argentinas — verdades ocultas que
conectam presidentes, estádios de futebol, cidades inteiras e a própria Constituição
Nacional.
1. Presidentes da República nas Lojas
Maçônicas
Desde José de San Martín — herói da
independência — até políticos modernos, a presença de líderes argentinos nas
lojas maçônicas é histórica. Nomes como Vicente López y Planes (autor do hino
nacional), Justo José de Urquiza, Bartolomé Mitre e Hipólito Yrigoyen
participaram ativamente da Ordem. Ainda hoje há especulações sobre ministros
ligados à Maçonaria durante o governo de Juan Domingo Perón, sugerindo que a
influência maçônica nunca deixou os corredores do poder.
2. Entre Luz e Sombra: Iniciação e
Preconceito
O segredo e o simbolismo sempre alimentaram
teorias conspiratórias, muitas vezes conectando a Maçonaria a cultos obscuros.
Apesar disso, os maçons argentinos sempre defenderam sua filosofia como laica,
ética e humanista. A iniciação envolve rituais herméticos e simbólicos, mas
longe do ocultismo fantasioso, os templos maçônicos servem como espaços de
reflexão moral e estudo filosófico. A Constituição Argentina, inclusive, é
respeitosamente exibida em muitas lojas como símbolo da ordem civil e da
legalidade.
3. A Maçonaria Está Aberta a Todos
Contrariando o senso comum, a Maçonaria não é
uma sociedade secreta exclusiva de homens ricos. Hoje, qualquer pessoa com bom
caráter, independentemente de religião, classe ou profissão, pode ser iniciada.
Desde 1997, inclusive, existe a primeira loja feminina na Argentina, marcando
um avanço progressista e plural no seio de uma tradição milenar.
4. Sarmiento, Educação e o Legado
Maçônico
A marca da Maçonaria na educação argentina é
profunda. A Lei 1420 — que estabeleceu o ensino público, laico e obrigatório em
1884 — foi impulsionada por maçons. Domingo Faustino Sarmiento, um dos maiores
educadores da história do país, foi também Grão-Mestre maçom, tendo deixado o
cargo para assumir a presidência da Nação. A ligação entre educação e Maçonaria
é, portanto, histórica e estrutural.
5. Perón: Um Enigma Maçônico?
A figura de Juan Domingo Perón ainda gera
polêmica entre historiadores da Maçonaria. Não há comprovação documental de sua
iniciação, mas rumores persistem. Alguns afirmam que ele teria morrido como
Mestre Maçom, outros que se utilizou da Ordem como canal de influência. Certo é
que vários de seus ministros eram maçons, reforçando as ligações entre seu
governo e a fraternidade.
6. Zenón Pereyra: A Cidade Maçônica
No interior da Argentina, a pequena cidade de
Zenón Pereyra, fundada por um pedreiro e proprietário de terras, é praticamente
um museu a céu aberto da Maçonaria. Suas ruas numeradas seguem os graus
maçônicos, e edifícios exibem abertamente símbolos da Ordem, como o esquadro, o
compasso e a estrela flamejante. Um exemplo vivo da influência maçônica no
planejamento urbano.
7. La Plata: Planejada com Simbolismo
Outra cidade onde a Maçonaria deixou sua marca
é La Plata, capital da província de Buenos Aires. Seu traçado urbano
geométrico, com diagonais e formas triangulares, é recheado de referências à
simbologia maçônica. A cidade, fundada em 1882, representa um projeto urbano
onde racionalidade e esoterismo caminham juntos.
8. River Plate, Boca Juniors e a Faixa
Maçônica
A influência maçônica também se faz presente no
esporte. No River Plate, a famosa faixa vermelha transversal da camisa teria
inspiração em símbolos da Maçonaria. Antonio Vespucio Liberti, maçom e
presidente do clube, deu nome ao estádio Monumental. Do outro lado da
rivalidade, Carlos Wilson, maçom de grau 33, figura nos registros históricos do
Boca Juniors. Embora não tenha sido craque, sua influência maçônica é parte do
legado simbólico do clube.
9. Entre Filantropia e Política
A Maçonaria argentina participou ativamente de
debates sociais como a legalização do divórcio e a laicidade no ensino. Embora
sua imagem seja muitas vezes ligada ao poder, os maçons destacam sua vocação
filantrópica, filosófica e progressista, comprometida com o aperfeiçoamento
humano e a justiça social. É uma atuação discreta, mas poderosa.
10. Grandes Nomes da Cultura e Política
Além de presidentes, a Maçonaria reuniu
pensadores e artistas que ajudaram a construir a identidade argentina. José
Hernández, autor do épico "Martín Fierro"; Leandro N. Alem, fundador
da União Cívica Radical; Juan Bautista Alberdi, autor da base da Constituição
de 1853; e Carlos Thays, paisagista responsável por muitos dos parques da
Argentina, todos eles pertenceram à Irmandade. Suas ideias, ações e obras
ajudaram a moldar o país que conhecemos hoje.
Conclusão
Mais do que uma sociedade de segredos, a
Maçonaria na Argentina é uma instituição enraizada nas fundações do Estado, da
educação, da cultura e até do esporte. Seus símbolos estão por toda parte —
visíveis para quem tem olhos para vê-los. Entender esses segredos é, também,
compreender uma parte essencial da história argentina que, embora velada,
sempre esteve presente.
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