Maçom de verdade ou membro das redes sociais?


OUÇA O ÁUDIO DO ARTIGO

Por Rosmunda Cristiano

Introdução

A Maçonaria, desde suas origens operacionais e especulativas, sempre alimentou a esperança de uma transformação interna e social, fundada nos princípios essenciais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

No entanto, hoje, na Itália e em diversos outros lugares, percebe-se um abismo entre os que realmente vivem esses valores e os que apenas participam de rituais sem compreender sua essência.

O Maçom autêntico

O verdadeiro maçom age com consciência. Ele não busca poder ou visibilidade, mas sim trabalhar sobre si mesmo, lapidar a própria pedra bruta e contribuir para o bem comum.

Segundo os ensinamentos dos antigos Mestres, não se aspira à Luz para vangloriar-se, mas para colocá-la a serviço dos outros, liderando com humildade e oferecendo escuta sincera.

"Os maçons não se curvam." — Giovanni Becciolini, mártir maçônico durante o fascismo

O membro da Maçonaria

Ao contrário, há quem veja o avental como mero ornamento e a frequência ao templo como simples oportunidade social ou profissional.

Esses “maçons das redes sociais” ignoram o significado profundo do caminho iniciático e acabam adotando políticas de poder mesquinhas, explorando relacionamentos e buscando notoriedade.

O verdadeiro conflito

Não se trata de “os de dentro” contra “os de fora”. O embate real é entre quem entra no templo para se regenerar e quem entra para consumir.

"Existe a possibilidade de que as influências espirituais se retirem e somente uma psique decadente permaneça aberta às forças das trevas." — Julius Evola

As verdadeiras Lojas

As Lojas autênticas possuem raízes antigas, erguidas sobre conhecimento e comparação construtiva. O maçom verdadeiro não se deixa levar por modismos; mantém-se firme no compasso e esquadro.

"A Maçonaria é uma escola de liberdade, expiação e fraternidade." — Ettore Ferrari

Substância, não título

O verdadeiro maçom vive as virtudes: Prudência, Fortaleza, Justiça e Temperança. Não busca visibilidade, não transforma símbolos em ornamentos, e age com verdade, não para se exibir.

O membro, ao contrário, participa ocasionalmente e usa a instituição como trampolim para poder profano.

O risco da degeneração

A chamada “Maçonaria desviante” surge quando o propósito original é substituído por objetivos privados. O resultado é uma Loja que se transforma num pátio profano, povoado por ambições egoístas.

O verdadeiro construtor

O maçom autêntico não teme o julgamento — ele o convida. Não busca promoção, mas crescimento. Constrói templos interiores capazes de promover mudanças reais.

O membro, por outro lado, permanece um rosto anônimo, símbolo sem essência.

Verdade e coerência

"A verdade não é inimiga da verdade." — Ditado latino

A Maçonaria não é um clube nem um título no papel: é uma jornada iniciática que exige dedicação e rigor. Enquanto muitos permanecem no ritual superficial, poucos de fato contribuem para a transformação de si mesmos e do mundo.

O convite à reflexão

O verdadeiro maçom acolhe a acácia: cresce na dificuldade e floresce na coerência. O membro é apenas um rebento frágil, colorido, mas instável na tempestade.

Este texto é um lembrete para quem escolheu a Maçonaria não por conveniência, mas pela verdade. Um chamado para olhar para dentro e decidir: ficar nas sombras ou tornar-se luz viva.

A pergunta final

Quando, ao pôr do sol de nosso avental, olharmos uns nos olhos diante da Grande Luz, cada um deverá responder:

Você é um verdadeiro maçom ou apenas membro da Maçonaria?

 

Postar um comentário

0 Comentários