A Lendária Rainha de Sabá: Mitos e Realidades


Da Redação

A Rainha de Sabá, uma figura envolta em mistério e fascinação, tem sido uma fonte inesgotável de inspiração para a literatura, arte e cultura tanto no Oriente quanto no Ocidente. Desde esculturas nas catedrais de Reims e Chartres, até vitrais em Estrasburgo e Colônia, sua imagem foi reverenciada. Escritores como Gérard de Nerval e André Malraux tentaram desvendar seus mistérios, enquanto pintores, cineastas e compositores, como Charles Gounod em sua ópera de 1862, perpetuaram sua lenda.

Quem Foi a Rainha de Sabá?

Cerca de 3.000 anos atrás, nas margens do Mar Vermelho, em um reino próspero situado entre a Arábia Feliz e a Etiópia, vivia uma rainha de incrível beleza e sabedoria. Seu nome varia conforme a tradição: Balkan para os iemenitas, Balkis ou Bilkis no Alcorão, e Makeda na tradição etíope. Alguns até a associam à rainha etíope Cassiopeia da mitologia grega.

O Reino de Sabá

O reino de Sabá, com sua capital em Mârib no atual Iêmen, era conhecido pela prosperidade baseada no comércio de especiarias, mirra e incenso. Os sabeus, mestres das rotas comerciais, controlavam as caravanas que transportavam produtos valiosos através da Península Arábica até Gaza, transformando resinas aromáticas em produtos de luxo para o mundo mediterrâneo. Além do comércio, os sabeus eram pioneiros em técnicas de irrigação, utilizando a topografia favorável e uma rede engenhosa de diques e canais para controlar as inundações e irrigar suas terras.

Menções Históricas

Referências ao reino de Sabá aparecem nos anais de Sargão, rei da Assíria, no século VIII a.C., e algumas inscrições cuneiformes mencionam a palavra "Sabum", possivelmente referindo-se a Sabá, sugerindo sua existência desde 2500 a.C. Apesar dessas evidências, não há registros contemporâneos mencionando especificamente a rainha de Sabá.

A Rainha de Sabá na Bíblia

A mais antiga menção à Rainha de Sabá está na Bíblia, no capítulo 10 do Livro dos Reis, escrito no século VI a.C. Esse texto descreve sua visita ao rei Salomão, trazendo presentes ricos e testando sua sabedoria com enigmas. Impressionada pela sabedoria e esplendor de Salomão, a rainha elogia Deus e retorna ao seu país.

Enigmas e Sabedoria

A tradição rabínica preservou uma lista de enigmas que a Rainha de Sabá teria proposto a Salomão, relacionados à concepção, identidade e religião. Um exemplo famoso é o enigma sobre sete, nove e dois, que Salomão resolve com sabedoria impressionante.

A Rainha de Sabá na Tradição Cristã e Islâmica

No Novo Testamento, a Rainha de Sabá é mencionada como a "Rainha do Sul" que admirou a sabedoria de Salomão. No Islã, ela aparece no Alcorão como Bilkis, inicialmente uma pagã adoradora do sol, que é convertida ao monoteísmo por Salomão.

A Lenda Etíope: Kebra Nagast

O Kebra Nagast, um texto etíope em Ge’ez, coloca a Rainha de Sabá no centro da história etíope, afirmando que ela teve um filho com Salomão, chamado Menelik. Este texto narra como Menelik, criado na Etiópia, visita Salomão, que o reconhece como seu filho e o coroa. Menelik retorna à Etiópia com a Arca da Aliança, estabelecendo a dinastia salomônica.

Hiram Abiff e a Maçonaria

Na tradição maçônica, há uma versão da história da Rainha de Sabá envolvendo Hiram Abiff, o arquiteto do Templo de Salomão. Segundo essa lenda, Balkis visita Jerusalém, se encanta com Hiram e testemunha a construção do Templo. A história detalha eventos dramáticos, incluindo a fundição do mar de bronze e a conspiração dos três companheiros contra Hiram.

 Referencias:www.ledifice.net

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