A BUSCA DO EU INTERIOR DE UM VERDADEIRO INICIADO


(*) Por Dário Angelo Baggieri

Iniciaremos esse ensaio definindo o que simboliza “O eu interior “. Ele é o que representa quem verdadeiramente somos: nossa essência, nossos sonhos, qualidades e pontos de melhoria. Se conhecer interiormente é conhecer seu propósito de vida, seus valores, seus objetivos e crenças, para além do que os outros pensam a seu respeito. Para conhece-lo, necessitamos de praticar 5 princípios básicos, que são:

1– Dispa-se dos Papéis Sociais. Por um momento, esqueça os seus papéis sociais como pai, mãe, filho, profissional e todos os outros.

2– Descubra o Seu Propósito.

3– Liste as Suas Qualidades e Pontos de Melhoria.

4– Confie em Si Mesmo

 5- Realize as Mudanças Necessárias.

A Sabedoria Oriental, nos ensina que Conheçamos as nossas emoções. Pois elas dizem algo a respeito de você. Peça ajuda quando achar necessário. Questione-se e principalmente não julgue a si mesmo ou aos outros. Nos dias atuais precisamos DESACELERAR nosso dia a dia, diante das inúmeras tarefas e responsabilidades do cotidiano que muitas vezes acabamos entrando em um ritmo acelerado para dar conta de tudo. Faça o que você pode com o que você tem. Mesmo que o contexto da sua vida atual não seja perfeito, dê o melhor de si. Uma maneira simples de se reconectar com o seu eu interior é perguntando como está se sentindo e o motivo pelo qual está sem rumo na vida. Tome um tempo para refletir e formular a resposta, esse passo te ajudará a entender um pouco mais sobre o momento que está vivendo e é fundamental para descobrir qual direção tomar.

Hoje observamos muitos irmãos “perdidos”, desestimulados, vivenciando uma rotina extremamente desgastante em todas as searas da vida, sejam elas familiares, profissionais, religiosas, sociais e até mesmo interpessoais, com seus irmãos na ordem Maçônica. Confúcio dizia que muitas das doutrinas da antiguidade, eram ministradas por parábolas.  A parábola é uma maneira de falar por meio de imagens, em vez de palavras. É a forma poética e metafórica que grandes sábios comunicam a essência de seus ensinamentos mais interiores para atingir nossa consciência mais profunda.

Estamos vivendo o auge da auto comparação nos últimos tempos, onde tudo que o outro faz, parece melhor e tudo que ele tem, constrói, vive e compartilha parece extremamente superior ao que nós temos e fazemos. Mas por que isso é importante? Por que isso nos machuca tanto e nos faz gastar tanto tempo e energia? Pensar mais nos outros do que em nós mesmos – essa é uma realidade para muitas irmãos, mas principalmente para aqueles que não sabem se colocar como Você pode até achar que está fazendo grandes gestos ajudando todo mundo, mas quem tenta abraçar todos os problemas do mundo acaba ficando sem forças para lidar com as próprias questões ou, ainda pior: passa a ignorá-las até que se tornem uma esmagadora bola de neve.

 

Algo para marcarmos aqui: não se pode colocar as questões dos outros acima das suas e achar que isso conta como amor. Isso é, na verdade, uma forma perigosa de se relacionar, uma vez que você se deixa tão imerso nos outros que esquece de si mesmo. E na hora de se curar, se resolver e olhar para dentro de si, quase não sobra força de vontade. Priorize o seu crescimento interior. Como podeis oferecer um sacrifício no altar das oferendas, se seu TEMPLO INTERIOR, estiver em ruínas? Começar a se priorizar implica em diversas mudanças de hábito e de atitudes, mas acima de tudo de crenças que enraizamos através do tempo. Às vezes, o óbvio precisa ser dito: você também merece um descanso e a gente não está falando somente de trabalho ou tarefas.

Pessoas, relações, problemas e dores… Tudo isso cansa e você pode se afastar disso para recolocar as ideias no lugar.

Um dos aforismos mais famosos da história, “conhece-te a ti mesmo”, encontrava-se no pórtico de entrada do templo do deus Apolo, na cidade de Delfos na Grécia, no século IV a. C.

Lembre-se que um aforismo é um pensamento expresso de maneira breve. Sócrates percebeu que os famosos sábios gregos, não passavam de pessoas com uma interpretação errada sobre o conhecimento, repletas de preconceitos e falsas certezas. O filósofo compreendeu que a mensagem do oráculo dizia respeito ao fato dele possuir um autoconhecimento e compreender a sua própria ignorância, tornando-o mais sábio que os outros.

A filosofia maçônica nasce a partir da reflexão, ou seja, do olhar para dentro. Faz-se necessário refletir sobre o que significa, de fato, conhecer alguma coisa. A partir daí, construir bases para todos os tipos de conhecimento. A pergunta "quem sou eu?" ou "quem somos nós?" é uma das questões primordiais, metafísicas, que deram um ponto de partida para a filosofia e toda a produção de conhecimento. O "nós e o universo" é a meta do conhecimento que movimenta todos os dias a produção de ciência no mundo.

Química, física, medicina, psicologia, sociologia, história e todas as outras ciências, cada uma a seu modo, possuem como ponto em comum a proposta inscrita no templo de Apolo.

Ainda que não se tenha chegado à resposta definitiva para essa questão, sua busca e a necessidade de conhecer a si mesmo, constroem e modificam o modo de pensar e de compreender a realidade.

Em outras palavras, a busca pelo conhecimento, desde os gregos antigos até as sondas espaciais ou a decodificação do genoma humano, atendem à questão do "conhece-te a ti mesmo".

O homem é a medida de todas as coisas é um trecho de uma conhecida frase do sofista grego Protágoras, que expressa a noção do relativismo, que cada pessoa compreende uma coisa da sua maneira específica.

A frase na íntegra é: "O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."

Esta frase descreve a síntese do fluir incessante da realidade, revelando que o conhecimento pode ser alterado graças às circunstâncias mutáveis da percepção humana.

O verdadeiro iniciado, ainda busca essa nova realidade incessantemente, tem sede do conhecimento interior. Sabe que é o lugar do encontro com a Verdade e, por isso mesmo, encontro com Deus, a fonte mesma desse encontro, sede do conhecimento, é o transcendente, o que leva a alma buscar em si uma força maior que a si mesma. Santo Agostinho desenvolve o problema do conhecimento do homem e do conhecimento da alma; explicitando as três intuições do espírito do homem como sendo o sentido exterior; o sentido interior e a razão. Sua proposta é que o homem compreenda mais de si mesmo através da compreensão de sua natureza.

Assim podemos ratificar que todo conhecimento principia com os sentidos ou as sensações de maneira que não há “nada no intelecto que não estivesse antes nos sentidos”: a sensação, portanto, não é o engano ou a mentira. Filosofando podemos afirmar que "existem cinco níveis ou graus de conhecimento e o primeiro deles é a sensação. Da sensação, surge a memória, tornando melhores do que os outros, os seres que podem se lembrar, pois, por engendrarem memória, podem aprender. E nos seres capazes de se lembrar das sensações é possível desenvolver a experiência. Até esse nível, muitos animais, como a abelha, o cão, etc., conseguem participar. No entanto, o homem é capaz de ir além da experiência e viver, também, arte e ciência."

Assim podemos concluir, que a busca por nossa lapidação interior, é a síntese de toda doutrina maçônica. Essa visão filosófica e esotérica, nos transmuta pela pedra filosofal. Entender é preciso. Mudar é preciso. Ser Realmente Irmão, no sentido doutrinário é mais difícil que a vã filosofia pode explicar, pois somos seres imperfeitos, na busca do aperfeiçoamento interior.

(*) Dario Ângelo Baggieri - MI. CIM 1539697

AMLES- Cadeira nº 1- Patrono Alferes Tiradentes

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