Iniciaremos esse ensaio definindo o que
simboliza “O eu interior “. Ele é o que representa quem verdadeiramente somos:
nossa essência, nossos sonhos, qualidades e pontos de melhoria. Se conhecer
interiormente é conhecer seu propósito de vida, seus valores, seus objetivos e
crenças, para além do que os outros pensam a seu respeito. Para conhece-lo,
necessitamos de praticar 5 princípios básicos, que são:
1– Dispa-se dos Papéis Sociais. Por um
momento, esqueça os seus papéis sociais como pai, mãe, filho, profissional e
todos os outros.
2– Descubra o Seu Propósito.
3– Liste as Suas Qualidades e Pontos de
Melhoria.
4– Confie em Si Mesmo
5-
Realize as Mudanças Necessárias.
A Sabedoria Oriental, nos ensina que
Conheçamos as nossas emoções. Pois elas dizem algo a respeito de você. Peça
ajuda quando achar necessário. Questione-se e principalmente não julgue a si
mesmo ou aos outros. Nos dias atuais precisamos DESACELERAR nosso dia a dia,
diante das inúmeras tarefas e responsabilidades do cotidiano que muitas vezes
acabamos entrando em um ritmo acelerado para dar conta de tudo. Faça o que você
pode com o que você tem. Mesmo que o contexto da sua vida atual não seja
perfeito, dê o melhor de si. Uma maneira simples de se reconectar com o seu eu
interior é perguntando como está se sentindo e o motivo pelo qual está sem rumo
na vida. Tome um tempo para refletir e formular a resposta, esse passo te
ajudará a entender um pouco mais sobre o momento que está vivendo e é
fundamental para descobrir qual direção tomar.
Hoje observamos muitos irmãos “perdidos”,
desestimulados, vivenciando uma rotina extremamente desgastante em todas as
searas da vida, sejam elas familiares, profissionais, religiosas, sociais e até
mesmo interpessoais, com seus irmãos na ordem Maçônica. Confúcio dizia que
muitas das doutrinas da antiguidade, eram ministradas por parábolas. A parábola é uma maneira de falar por meio de
imagens, em vez de palavras. É a forma poética e metafórica que grandes sábios
comunicam a essência de seus ensinamentos mais interiores para atingir nossa
consciência mais profunda.
Estamos vivendo o auge da auto comparação nos
últimos tempos, onde tudo que o outro faz, parece melhor e tudo que ele tem,
constrói, vive e compartilha parece extremamente superior ao que nós temos e
fazemos. Mas por que isso é importante? Por que isso nos machuca tanto e nos
faz gastar tanto tempo e energia? Pensar mais nos outros do que em nós mesmos –
essa é uma realidade para muitas irmãos, mas principalmente para aqueles que
não sabem se colocar como Você pode até achar que está fazendo grandes gestos
ajudando todo mundo, mas quem tenta abraçar todos os problemas do mundo acaba
ficando sem forças para lidar com as próprias questões ou, ainda pior: passa a
ignorá-las até que se tornem uma esmagadora bola de neve.
Algo para marcarmos aqui: não se pode colocar
as questões dos outros acima das suas e achar que isso conta como amor. Isso é,
na verdade, uma forma perigosa de se relacionar, uma vez que você se deixa tão
imerso nos outros que esquece de si mesmo. E na hora de se curar, se resolver e
olhar para dentro de si, quase não sobra força de vontade. Priorize o seu
crescimento interior. Como podeis oferecer um sacrifício no altar das
oferendas, se seu TEMPLO INTERIOR, estiver em ruínas? Começar a se priorizar
implica em diversas mudanças de hábito e de atitudes, mas acima de tudo de
crenças que enraizamos através do tempo. Às vezes, o óbvio precisa ser dito:
você também merece um descanso e a gente não está falando somente de trabalho ou
tarefas.
Pessoas, relações, problemas e dores… Tudo
isso cansa e você pode se afastar disso para recolocar as ideias no lugar.
Um dos aforismos mais famosos da história,
“conhece-te a ti mesmo”, encontrava-se no pórtico de entrada do templo do deus
Apolo, na cidade de Delfos na Grécia, no século IV a. C.
Lembre-se que um aforismo é um pensamento
expresso de maneira breve. Sócrates percebeu que os famosos sábios gregos, não
passavam de pessoas com uma interpretação errada sobre o conhecimento, repletas
de preconceitos e falsas certezas. O filósofo compreendeu que a mensagem do
oráculo dizia respeito ao fato dele possuir um autoconhecimento e compreender a
sua própria ignorância, tornando-o mais sábio que os outros.
A filosofia maçônica nasce a partir da reflexão,
ou seja, do olhar para dentro. Faz-se necessário refletir sobre o que
significa, de fato, conhecer alguma coisa. A partir daí, construir bases para
todos os tipos de conhecimento. A pergunta "quem sou eu?" ou
"quem somos nós?" é uma das questões primordiais, metafísicas, que
deram um ponto de partida para a filosofia e toda a produção de conhecimento. O
"nós e o universo" é a meta do conhecimento que movimenta todos os
dias a produção de ciência no mundo.
Química, física, medicina, psicologia, sociologia,
história e todas as outras ciências, cada uma a seu modo, possuem como ponto em
comum a proposta inscrita no templo de Apolo.
Ainda que não se tenha chegado à resposta
definitiva para essa questão, sua busca e a necessidade de conhecer a si mesmo,
constroem e modificam o modo de pensar e de compreender a realidade.
Em outras palavras, a busca pelo
conhecimento, desde os gregos antigos até as sondas espaciais ou a
decodificação do genoma humano, atendem à questão do "conhece-te a ti
mesmo".
O homem é a medida de todas as coisas é um
trecho de uma conhecida frase do sofista grego Protágoras, que expressa a noção
do relativismo, que cada pessoa compreende uma coisa da sua maneira específica.
A frase na íntegra é: "O homem é a
medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não
são, enquanto não são."
Esta frase descreve a síntese do fluir
incessante da realidade, revelando que o conhecimento pode ser alterado graças
às circunstâncias mutáveis da percepção humana.
O verdadeiro iniciado, ainda busca essa nova
realidade incessantemente, tem sede do conhecimento interior. Sabe que é o
lugar do encontro com a Verdade e, por isso mesmo, encontro com Deus, a fonte
mesma desse encontro, sede do conhecimento, é o transcendente, o que leva a
alma buscar em si uma força maior que a si mesma. Santo Agostinho desenvolve o
problema do conhecimento do homem e do conhecimento da alma; explicitando as
três intuições do espírito do homem como sendo o sentido exterior; o sentido
interior e a razão. Sua proposta é que o homem compreenda mais de si mesmo
através da compreensão de sua natureza.
Assim podemos ratificar que todo conhecimento
principia com os sentidos ou as sensações de maneira que não há “nada no
intelecto que não estivesse antes nos sentidos”: a sensação, portanto, não é o
engano ou a mentira. Filosofando podemos afirmar que "existem cinco níveis
ou graus de conhecimento e o primeiro deles é a sensação. Da sensação, surge a
memória, tornando melhores do que os outros, os seres que podem se lembrar,
pois, por engendrarem memória, podem aprender. E nos seres capazes de se
lembrar das sensações é possível desenvolver a experiência. Até esse nível,
muitos animais, como a abelha, o cão, etc., conseguem participar. No entanto, o
homem é capaz de ir além da experiência e viver, também, arte e ciência."
Assim podemos concluir, que a busca por nossa
lapidação interior, é a síntese de toda doutrina maçônica. Essa visão
filosófica e esotérica, nos transmuta pela pedra filosofal. Entender é preciso.
Mudar é preciso. Ser Realmente Irmão, no sentido doutrinário é mais difícil que
a vã filosofia pode explicar, pois somos seres imperfeitos, na busca do
aperfeiçoamento interior.
(*) Dario Ângelo Baggieri - MI. CIM 1539697
AMLES- Cadeira nº 1- Patrono Alferes
Tiradentes
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