Mais uma tarde
diante da imensidão do mar, uma tarde clara de inverno, semelhante a um dia
comum de verão, uma condição natural de quem vive em um país tropical. Nasceu
desse momento um convite a pensar nos ventos, nas ondas que levam a um
"porto seguro".
Um convite a
refletir, a imaginar a condição de um veleiro que, em alto-mar, se depara com
uma corrente de vento favorável ao porto. Com essa imagem, essa ilustração em
mente, condicionamo-nos à etimologia da palavra "oportunidade".
Quando pensamos na
oportunidade, inclinamo-nos a imaginar qualquer coisa ou situação que se
apresenta de modo a cativar nosso interesse, inspirando-nos ou até despertando
algo em nós que induz ao falso brilho do tesouro à nossa frente. E se
estivermos atentos, um alerta se acende: "Nem tudo que reluz é ouro!"
- assim evoca o pensamento lúcido, a nossa consciência.
Contudo, é
importante considerarmos a Lei do Ritmo, a quinta Lei Universal, segundo os
pensamentos herméticos, dos quais podemos considerar nesta síntese:
"À medida do
movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a
compensação”.
Assim, voltamos a
refletir mais uma vez sobre o termo "oportunidade", considerando sua
etimologia. A palavra tem suas raízes no latim "opportunitas". Este
termo latino é composto por duas partes: "ob", que significa
"para", e "portus", que significa "porto".
Originalmente, "opportunus" referia-se a algo que estava a favor do
porto, como ventos favoráveis que ajudavam os navios a entrarem no porto com
segurança.
Sim, a
oportunidade é uma condição segura e regida pelas leis naturais, por algo que
está para além de nossas condições; porém, pode ser previsível e criada. Embora
seja facilmente confundida com desafio, a oportunidade é uma condição segura e
não desafiadora. É um presente natural ou construído pelas ciências que
dominamos.
Voltamos ao
veleiro, e nos colocamos diante da forte corrente; assim entenderemos os
desafios. Mas, quando a condição dos ventos nos direciona para longe do mar
revolto e nos aponta uma condição tranquila em direção ao porto, aí está a
oportunidade. Ela surge em meio aos desafios, quando estamos velejando em
direção aos nossos objetivos e longe da inércia, pois o baú de tesouros
dificilmente está na superfície das águas ou exposto sobre as areias da praia.
Contudo, cá, com
os pés nas areias da praia de Jacaraípe, enxergo a oportunidade da reflexão,
algo inerente ao tema. Sinto de forma antológica a condição da oportunidade.
Portanto, a superfície dessas palavras e a "migalha" do banquete
servem de modo natural, um singelo olhar diante da condição que compartilho o
pensamento.
A oportunidade está em cada verso do universo, em um ritmo natural quase espiritual. As leis compensadas nos levaram até o momento propício, até o porto.
Jacaraípe, 29 de Junho de 2024.
1 Comentários
Eu tive a oportunidade de conhecer o autor, que é brilhante na expressão da arte, uma pessoa simples mas com grande sabedoria e muita luz. Parabéns meu Irmão! Grande satisfação em conhecê-lo. TFA
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