“Irmãos que decorais a Coluna do Norte e Irmãos que abrilhantais a Coluna do Sul”
O 1º Grau do
Simbolismo Maçônico, Graus de Aprendiz é consagrado a Fraternidade. No R.E.A.A
o Grau de Aprendiz dedica-se ao desenvolvimento dos princípios fundamentais da
Maçonaria Universal, procurando, através de sua filosofia, doutrina, alegorias,
símbolos e seus ensinamentos. E é neste momento que tomamos conhecimento dos
símbolos e suas colocações dentro do templo. No Ocidente esta a Coluna do Norte
onde se posta o 1º Vig :. que permite a ele observar todo o Ocidente, que está
sob sua direção e orientação, os CCmp :., cuja instrução é de sua
responsabilidade. Tendo sua fala acrescida do verbo DECORAIS *.
Já na parte Sul (
a direita da entrada do templo ) se posta o 2º Vig :., que tem sob sua direção
e orientação a Col :. do Sul, que lhe permite observar o topo da Col :.do
Norte, onde estão os AApr :., cuja a instrução é de sua responsabilidade.
Mas tem na sua fala o verbo ABRILHANTAIS*1 .
*DECORAIS : 1º VIG :. – IIr :. que decorais a Col :. do
Norte, eu vos anuncio, da parte do Ven :. Mestre que ...
- Foi ai que em
determinada sessão maçônica de 1º Grau me chamou a atenção. Esta diferença no
alerta a Coluna do Norte era diferente do alerta da Coluna do Sul. Então por
estas e outras fui atrás de literaturas que me explicassem porque as diferenças
nas chamadas das nossas colunas durante as sessões. Confesso que para meu
desalento não encontrei muito nas bibliografias pesquisadas, apenas no http://pedro-juk.blogspot.com –
Pedro Juk – 2021 é que achei os relatos deste Ir:. no texto chamado RITOS E
RITUAIS PRATICADOS NO BRASIL - Pedro Juk – 2021. Mas isso não me fez desistir e
a seguir descrevo o que encontrei e meus comentários.
No próprio Painel
da Loja, há que se notar a existência de três janelas – uma no Oriente, uma no
Sul e a outra no Ocidente. Isso implica a marcha da Luz. Daí, nessa relação não
existir janela na banda Norte.
No caso do
Primeiro Vigilante e a locução “(texto do manual...) decorais a Coluna do
Norte” existem dois aspectos para serem considerados: Primeiro, DECORAR, como
verbo transitivo direto que menciona o ato de guarnecer com adorno, ornamentar,
realçar, avivar, etc. Nesse sentido o significado está diretamente ligado à
Meia-Noite que em linhas gerais representa de forma figurada a maturidade e a
aproximação do fim da vida. Em linhas gerais a relação simbólica com a morte no
Grau de Aprendiz está na passagem pela Câmara de Reflexão. Nela, em primeira
análise, o Candidato à Iniciação, operando uma reflexão sobre si mesmo, morre para
uma vida para renascer noutra.
Assim, o Candidato
deixa no ambiente reflexivo um testamento simbólico e perscruta filosoficamente
as questões que lhe são apresentadas. Em síntese significa morrer para a vida
profana (pró = antes; fanum = templo; antes do templo, ou o não iniciado) e
renascer para a vida do iniciado - aquele que sai da escuridão (ignorância) e
começa a procurar a Luz (sabedoria).
Nesse sentido,
essa transição do não-iniciado para o iniciado exige do candidato sua morte
para posteriormente renascer.
A Câmara de
Reflexão, além do simbolizar a masmorra que prende o fanatismo e a superstição
do homem (flagelos da humanidade), também representa o seio, ou o útero da
Terra por onde se iniciará a investigação das Leis Natureza em busca constante
da Verdade.
No seio da Terra o
iniciado representa uma semente que coberta e adormecida se prepara para
germinar e produzir uma nova planta (o recém-iniciado). É o neófito (neo =
novo; fito = planta) que, como a semente, morre para produzir bons frutos.
Relacionado à
primavera, o recém-iniciado começa sua jornada para cumprir o ciclo da vida.
Por esse caminho, purificado pelos elementos, ele rompe a sua marcha em direção
à maturidade, época em que passará por outro ciclo chamado de Grande Iniciação,
mas esse não é assunto para os Aprendizes e nem para os Companheiros – a
certeza é de que um dia o Iniciado chegará lá.
Assim, a morte
relativa ao Aprendiz é a morte iniciática, ou seja, a de morrer para renascer
na Luz e seguir sempre com perseverança em busca do aprimoramento. À meia-noite
(fim da vida), ao ter completado a jornada iniciática, que a sua obra seja
então imortal, de tal sorte que permaneça para sempre na mente dos pósteros.
Em linhas
gerais a relação simbólica com a morte no Grau de Aprendiz está na passagem
pela Câmara de Reflexão. Nela, em primeira análise, o Candidato à Iniciação,
operando uma reflexão sobre si mesmo, morre para uma vida para renascer noutra.
Assim, o Candidato
deixa no ambiente reflexivo um testamento simbólico e perscruta filosoficamente
as questões que lhe são apresentadas. Em síntese significa morrer para a vida
profana (pró = antes; fanum = templo; antes do templo, ou o não iniciado) e
renascer para a vida do iniciado - aquele que sai da escuridão (ignorância) e
começa a procurar a Luz (sabedoria).
Nesse sentido,
essa transição do não-iniciado para o iniciado exige do candidato sua morte
para posteriormente renascer.
A Câmara de
Reflexão, além do simbolizar a masmorra que prende o fanatismo e a superstição
do homem (flagelos da humanidade), também representa o seio, ou o útero da
Terra por onde se iniciará a investigação das Leis Natureza em busca constante
da Verdade.
No seio da Terra o
iniciado representa uma semente que coberta e adormecida se prepara para
germinar e produzir uma nova planta (o recém-iniciado). É o neófito (neo =
novo; fito = planta) que, como a semente, morre para produzir bons frutos.
Relacionado à
primavera, o recém-iniciado começa sua jornada para cumprir o ciclo da vida.
Por esse caminho, purificado pelos elementos, ele rompe a sua marcha em direção
à maturidade, época em que passará por outro ciclo chamado de Grande Iniciação,
mas esse não é assunto para os Aprendizes e nem para os Companheiros – a
certeza é de que um dia o Iniciado chegará lá.
É simples. A Loja
possui 03 Luzes que a governam: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante e Segundo
Vigilante. Essas 03 Luzes ficam localizadas em 03 lados do templo: Oriente
(VM), Ocidente (1º Vig) e Sul (2º Vig). Ora, o templo possui 04 lados, então um
não possui Luz: o Norte! Por esse motivo, a Coluna do Norte é considerada o
“lado escuro do templo”.
O Aprendiz até
pouco tempo atrás era um candidato na escuridão, desejoso de receber a Luz. Seu
lugar é no lado mais escuro do templo onde, simbolicamente, sua visão poderá se
acostumar com a Luz que lhe é dada aos poucos. O Aprendiz está no hemisfério
norte, enquanto o Sol está fazendo seu giro do Oriente para o Ocidente
inclinado ao Sul, o que indica que o Aprendiz está no inverno do hemisfério
norte, quando as noites são maiores que os dias, ou seja, a escuridão ainda
prevalece sobre a luz do dia.
Vejam que isso
está muito bem registrado nas instruções dos rituais mais antigos, mas se
perdeu na evolução de muitos ritos e na constante “revisão” que quase todos
sofrem constantemente.
'' Na Maçonaria, o
norte tem sido apontado como o local da escuridão e, em obediência a este
princípio, nenhuma luz simbólica foi permitida iluminar a parte do norte da
Loja. O leste, então é na Maçonaria, o símbolo da ordem, e o norte, o símbolo
do mundo profano. A pedra bruta é depositada no extremo noroeste da Loja, pois
ela é o símbolo da POSIÇÃO do neófito…. Do mundo profano ele acabou de emergir,
portanto algumas de suas imperfeições ainda estão consigo… '' (The Symbolism Of
Freemasonry – Alberte G. Mackey)
Pensando nisso e
entendendo quanto é rica e quão bela é a doutrina e a liturgia maçônica,
sobretudo quando nos despimos das crendices, dos excessos de preciosismo e das
distinções mundanas. Quem dera todos os Iniciados assim compreendessem a
Maçonaria, ao contrário de ficar procurando o "onde está escrito".
A Obra, nessa
definição, é o elemento construído ao longo da vida que, se bem aplicada e bem
produzida decora a passagem do Homem pela efêmera vida terrena. Em síntese é a
moldura do quadro da vida.
No segundo aspecto
e de caráter exteriorizado seria do verbo “decorar” com transitivo direto e
indireto que exprime dentre outros o caráter de “honrar, enobrecer”. Assim o
significado está diretamente ligado àqueles que se posicionam na Coluna do
Norte, cujo intuito é também o de honrar e enobrecer aquele espaço de trabalho,
ou seja: os que honram e enobrecem Setentrião.
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*1 ABRILHANTAIS: 2º VIG :. – IIr :. que abrilhantais a
col :. do Sul, eu vos anuncio, da parte do Ven :. Mestre que...
No caso do Segundo
Vigilante e a locução “(texto do manual...) abrilhantais a Coluna do Sul”-
Jachin, a coluna da direita, tem a sua origem numa pequena corruptela que
deriva da junção da letra “Iod”, simbolizando Deus (“Jah/Yahvé”) com a palavra
hebraica “Ahkin” que significa “estabelecer”.
ABRILHANTAR
concerne ao Meio-Dia e a ação da Luz que abrilhanta a elevação da Obra. Nesse
sentido o Meio-Dia, ou Sul está representado pelo quadrante por onde a Luz se
desloca, ou a passagem do Sol (ponto de vista do Hemisfério Norte).
No próprio Painel
da Loja, há que se notar a existência de três janelas – uma no Oriente, uma no
Sul e a outra no Ocidente. Isso implica a marcha da Luz. Daí, nessa relação não
existir janela na banda Norte.
Por assim ser o
verbo “abrilhantar” tido como verbo transitivo direto menciona dar brilho, ou
luz viva para alguma coisa. Também tornar brilhante, luzente e reluzente. Isso
implica que o Obreiro dá Luz ao trabalho, tornando-o brilhante, reluzente.
Esse trabalho é a
obra elevada, ou a Obra da Vida. ABRILHANTAR, ainda como verbo transitivo
direto, implica em dar brilho, realçar, etc.
Também completa a
explicação se tomado como verbo pronominal que exara a tornar-se brilhante,
reluzente, adquirir maior brilho, maior realce; realçar-se.
Assim o verbo
“abrilhantar” sugere uma ligação direta, em termos de Maçonaria, com os
ocupantes da Coluna do Sul, onde o Segundo Vigilante observa a passagem do Sol
no meridiano do Meio-Dia, tendo sobre si, no caso do Rito Escocês Antigo e
Aceito. A Estrela Flamejante, apresentada como a Estrela Hominal (objeto de
estudo do Companheiro) que recebe o brilho, posto que ela, a Estrela,
representa o Homem e a sua Obra (letra G=geometria) na fase intermediária da
vida – entre a infância e a maturidade.
A deusa grega
Afrodite é a representação da coluna do Norte, visto que na Grécia Antiga,
Afrodite representava a beleza. Nas Lojas Maçônicas a coluna do Segundo
Vigilante tem o nome de Coríntia e sempre está deitada nos trabalho de aprendiz
maçon. É claro que está representação está ligada diretamente a formação. Como
o aprendiz se encontra em estado de pedra bruta e está no processo de lapidação
a beleza está ainda ausente, ou melhor ainda vai ser conquistado através da
busca do conhecimento e de uma lapidação moral de seus vícios como nos ensina
os rituais (Nas loja se constrói tempos de virtude e cava masmorras aos
vícios).
Cuja interpretação
da leitura das colunas se poderá entender como “Deus estabelecerá (o seu reino)
na força”. Existindo aqui a clara impressão da presença do deus (Yahvé) do
Antigo Testamento, um deus todo-poderoso, implacável e pouco tolerante com os
erros dos seus seguidores, contrastando com o mesmo deus do Novo Testamento,
este já, um Deus do Amor e da Paz.
Todavia, existe
também uma lenda enoquiana (pré-diluviana) que aborda a criação de duas colunas
preparadas cada uma de um material específico de tal forma que uma resistisse à
água (em argila) e outra ao fogo (em pedra) e que dessa forma não se perdessem
através dos tempos…; e que no seu interior oco foram guardados vários textos
que continham a sabedoria existente à época. Essas colunas designam-se por
“Colunas de Seth”. O próprio reverendo James Anderson, nas suas “Constituições
dos Franco-Mações” as tinha relembrado no contexto da “Lenda do Ofício”, em
particular no Canto dos Mestres. E a Maçonaria atribui-lhes também uma
particular importância.
Diz-se que os
maçons encerram nas suas concavidades interiores, todos os seus segredos e
sabedoria. Logo, eles não estarão à vista de qualquer um, mas somente de quem
os saiba corretamente interpretar.
São essas as
colunas que sustentam a nossa Ordem, pois ao “guardarem dentro de si” a
sabedoria e conhecimento maçónico, obriga a que os obreiros ao partirem a sua
pedra (estudar/trabalhar), possam atingir essa sabedoria oculta no seu
interior.
Quem ao entrar
numa catedral, nunca reparou nos belos entalhes na pedra, símbolos esses do
legado maçónico dos artificies pedreiros que na pedra, gravaram os seus
conhecimentos e símbolos e que até hoje persistem nessas construções.
Mas, ultrapassando
a questão da existência simbólica e da simbologia da nomenclatura das colunas,
no Templo Maçónico elas se encontram também tal como no Templo de Salomão, na
sua entrada. Sendo por entre elas que os Obreiros efetuam a sua entrada em
Loja. Admitindo-se desta forma, que elas formam uma espécie de portal
imaginário para outra dimensão. Quando um Obreiro as ultrapassa, entra num novo
mundo, a sua Loja Maçónica.
Em Loja, existem
também outras colunas:
As colunas
humanas, a Coluna do Norte e a Coluna do Sul, onde têm assento os irmãos
Aprendizes (N) e os irmãos Companheiros (S). (os irmãos Mestres têm assento em
ambas às colunas, ficando apenas localizados à frente dos restantes irmãos). E
cada uma delas, depende de um Vigilante. A coluna do Norte tem como seu oficial
o “Segundo Vigilante”, e a coluna do Sul, o “Primeiro Vigilante”.
As colunetas de
Ordem Grega (Jónica, Dórica e Coríntia) que se encontram sobre o Pavimento
Mosaico, e que representam as três Luzes da Maçonaria, a “Sabedoria”, a “Força”
e a “Beleza”.
As colunas
zodiacais, que simbolizam os doze signos do Zodíaco e que se encontram
espalhadas em partes iguais nas colunas do Norte e do Sul.
E finalmente, a
Coluna da Harmonia, onde tem assento o Mestre da Harmonia. Irmão esse, que se
encontra encarregado de “iluminar” o Templo com a sua arte musical.
E assim ficaram
descritas as colunas maçónicas, cada uma no seu género, mas todas ligadas entre
si…
ABRILHANTAR
concerne ao Meio-Dia e a ação da Luz que abrilhanta a elevação da Obra. Nesse
sentido o Meio-Dia, ou Sul está representado pelo quadrante por onde a Luz se
desloca, ou a passagem do Sol (ponto de vista do Hemisfério Norte).
Assim pela união
das energias desses oficiais dirigentes cada um em sua coluna – Norte ou na SUL
, o sistema é adornado e estabelecido com a firmeza de uma rocha no meio do
Oceano, enfrentando bravamente ataque maléficos da inveja, da calunia ou da
difamação.
Isto posto
acredito que como eu buscando sempre o conhecimento e o aprimoramento interior,
abraço esse conhecimento que muito me acrescentou e tenho certeza que
seremos sempre eternos aprendizes maçons.
SIGNIFICADO E
SIGNIFICÂNCIA SIMBÓLICA NA DICOTOMIA MAÇÓNICA
A maçonaria deve
ser traduzida através de uma dicotomia ao nível da linguística. Esta questão
colocou-se a Platão, Sócrates e Aristóteles, quando observava na Alma o lugar
privilegiado da Razão, da Sabedoria e da Ciência. Neste sentido o Corpo é
secundário já que erra e permite o enfraquecimento do pensamento. Estamos
perante a visão idealista do universo em que se baseia a Maçonaria e que nasce
na Grécia Antiga:
“Nada caracteriza
melhor o homem do que o fato de pensar”
(ARISTÓTELES, 384
– 322 a. C.).
“Tudo era um caos
até que surgiu a mente e pôs ordem nas coisas”
(ANAXÁGORAS, 500 -
428 a.C.).
Bibliografia.
Ritual Aprendiz
Maçom – R.E.A.A. – GOB – 2009
Costa, Wagner
Veneziani - Maçonaria – Escola de Mistérios – A Antiga Tradição e Seus Símbolos
– Ed. Madras.SP- 3ª Ed. – 2020
https://www.youtube.com -
RITOS E RITUAIS PRATICADOS NO BRASIL - Pedro Juk – 2021 -
Autor :
Acadêmico da ACML
– Cadeira 12
Francis Flosi -
Maç.'. Grau 14 – A:.R:.L:.S:. Constância nº 1147
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