Da Redação
Nos últimos meses, o Haiti tem sido palco de uma crescente onda de violência e instabilidade promovida pela coalizão criminosa "Viv Ansanm" (Viver Juntos). Formada em fevereiro de 2024, essa aliança de gangues conseguiu desestabilizar o governo, levando à queda do então primeiro-ministro Ariel Henry. Além dos ataques a empresas, administrações públicas e serviços essenciais, a coalizão tem promovido uma verdadeira ofensiva contra locais considerados sagrados, incluindo templos maçônicos.
O Incêndio da Grande Loja de Ayiti de 1961
Entre os ataques recentes, destaca-se a profanação e destruição do templo da Grande Loja de Ayiti de 1961, localizado na Airport Road. Segundo fontes ligadas à obediência, bandidos da coalizão "Viv Ansanm" incendiaram o templo, reduzindo-o a escombros. Imagens e vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram o edifício em chamas, com o fogo consumindo sua estrutura.
A região onde se encontra a Grande Loja tem sido particularmente afetada pela violência, com grupos criminosos atacando diversas instituições e estabelecimentos comerciais. A estrada do Aeroporto e o Boulevard Toussaint Louverture tornaram-se zonas de guerra entre gangues e forças policiais, resultando no colapso das atividades socioeconômicas locais. Empresas foram forçadas a fechar, e a segurança se tornou praticamente inexistente.
A Importância Simbólica e Histórica da Grande Loja de Ayiti
A Grande Loja de Ayiti de 1961 abriga diversas oficinas, sendo algumas das mais conhecidas Cosmos 3, Jean-Jacques Dessalines, o Grande, Ignace de Fresnel e as Filhas de Ísis. Ao longo das décadas, essa obediência desempenhou um papel fundamental na preservação da tradição maçônica no Haiti, sendo um centro de estudo, solidariedade e valores humanísticos.
A destruição desse templo não apenas representa um ataque material, mas também simboliza uma tentativa de erradicar a cultura e a influência da Maçonaria em solo haitiano. A Maçonaria haitiana tem uma história ligada à luta pela liberdade e pelos direitos civis, sendo uma instituição respeitada e atuante em momentos cruciais da história do país.
Ataques Contra Outras Obediências
A ofensiva contra os templos maçônicos não se restringiu à Grande Loja de Ayiti de 1961. A obediência mais antiga do Haiti, o Grande Oriente de 1824, também sofreu com a violência dos criminosos. Lojas históricas, como Estrela do Haiti nº 5 e Amizade dos Irmãos Unidos nº 1, foram incendiadas ou tiveram suas atividades interrompidas no centro de Porto Príncipe. A destruição desses espaços representa uma perda incalculável para a história e tradição maçônica no país.
O Haiti e a Crise da Violência: O Futuro da Maçonaria no País
A escalada da violência no Haiti tem atingido
todos os setores da sociedade, com bandidos impondo um regime de terror e
desordem. A Maçonaria, como instituição que defende princípios de liberdade,
igualdade e fraternidade, tornou-se alvo desses ataques, reforçando a
necessidade de a comunidade internacional voltar seus olhos para a crise
haitiana.
A destruição dos templos maçônicos não é apenas um ataque contra uma irmandade, mas também uma tentativa de erradicar valores culturais e sociais importantes para o Haiti. A esperança é que a Maçonaria haitiana consiga resistir a essa investida, encontrando formas de reconstrução e preservação de sua rica história e tradição.
Diante desse cenário, é fundamental que os
maçons ao redor do mundo manifestem solidariedade aos irmãos haitianos,
ajudando-os a enfrentar esse período de extrema dificuldade e a manter viva a
luz da Maçonaria no Haiti.
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