As Chaves Maçônicas para a Casa Branca


Autor: Javier Garcia Blanco

Com pouco mais de dois séculos de existência, a icônica residência presidencial dos Estados Unidos tem uma história singular, entrelaçada com a Maçonaria desde sua fundação e construção. A irmandade, à qual pertenceram quinze presidentes norte-americanos, exerceu influência direta nos eventos que levaram à edificação desse símbolo do poder político dos Estados Unidos.

A conexão entre a Casa Branca e a Maçonaria remonta a 12 de outubro de 1792. Naquela data, uma multidão se reuniu na taverna Fountain Inn, em Georgetown, para testemunhar a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da "Casa do Presidente", como era chamada na época. Entre os presentes, destacava-se um grupo de maçons vestindo suas insígnias tradicionais. O evento foi conduzido por Pedro Casanave, Venerável Mestre da Loja Maryland nº 9, que depositou a pedra fundamental no canto sudoeste do terreno e fixou uma placa de metal comemorativa.

O arquiteto responsável pela obra era James Hoban, um irlandês que havia se estabelecido nos Estados Unidos após a Guerra Revolucionária. Hoban, também membro da Maçonaria, conheceu George Washington em Charleston e posteriormente teve seu projeto escolhido para a construção da Casa Branca. Seu desenho foi inspirado na Leinster House, mansão localizada em Dublin e associada à Maçonaria por meio de seu patrono, o Duque de Leinster.

Outro maçom de relevância no processo de construção foi Colin Williamson, mestre de obras escocês e sobrinho de John Suter, dono da taverna Fountain Inn, onde se reuniam os maçons da Maryland Lodge. Williamson trabalhou no projeto até 1794, quando se desentendeu com Hoban e foi substituído por um grupo de trabalhadores escoceses da Loja nº 8 de Edimburgo. Muitos desses trabalhadores permaneceram nos Estados Unidos após a conclusão da obra e tornaram-se membros da Loja Federal nº 15 de Maryland, fundada pelo próprio Hoban.

Curiosamente, durante a reforma da Casa Branca conduzida pelo presidente Harry Truman em 1949, foram descobertas pedras marcadas com os símbolos de corte utilizados pelos maçons escoceses de Edimburgo. Essas pedras foram posteriormente distribuídas entre lojas maçônicas em diversas partes dos Estados Unidos.

Menos de um ano após a cerimônia de inauguração da Casa Branca, um evento similar ocorreu no Capitólio, em 18 de setembro de 1793. Novamente, um grupo de maçons, incluindo George Washington, marchou até o local da obra. Vestindo insígnias maçônicas, Washington colocou a pedra fundamental e realizou uma cerimônia que incluiu os tradicionais elementos de vinho, milho e azeite. Essa imagem foi imortalizada em pinturas, gravuras e relevos, como o de uma das portas do Capitólio.

Embora essas cerimônias e a presença de maçons em altos cargos da nova nação tenham levado às mais variadas especulações e teorias da conspiração, é importante contextualizá-las. Naquela época, a Maçonaria era amplamente difundida tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, especialmente entre a elite intelectual e política. Ademais, cerimônias de colocação de pedras fundamentais eram comuns e continuam sendo praticadas por lojas maçônicas ao redor do mundo, em edifícios como hospitais, universidades e outros marcos públicos.

Portanto, a conexão entre a Casa Branca e a Maçonaria não implica que a irmandade tenha dirigido os rumos da Revolução Americana ou da fundação da nova nação. O que se pode afirmar é que, dada a influência dos maçons nos primórdios dos Estados Unidos, é natural que tenham desejado iniciar os grandes projetos nacionais com cerimônias de significado profundo para eles.

A história da Casa Branca, desde sua concepção até sua construção, está permeada por simbolismo e tradição, evidenciando a forte presença da Maçonaria na formação da identidade dos Estados Unidos.

Fonte: Gadlu.inf

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