No universo multifacetado da Maçonaria, onde
Lojas dedicadas a diferentes profissões, interesses e especialidades florescem,
uma em particular chama a atenção pela ousadia e originalidade: a Loja Fórmula
1. Fundada a partir de uma ideia visionária de unir o espírito fraternal da
Maçonaria com a emoção das pistas, essa Loja se tornou uma referência singular
de inovação e paixão.
Para entender melhor como nasceu essa união
improvável entre templos e circuitos, conversamos com John Parry, diretor da
Metropolitan Events e um dos idealizadores da F1 Lodge.
Uma Jornada Pessoal e Maçônica
John Parry ingressou na Maçonaria em 4 de
agosto de 1991, após conquistar mais autonomia em sua carreira profissional,
especialmente ao deixar a BBC e abrir sua própria produtora de TV. Com isso,
encontrou tempo para se dedicar à Fraternidade e construir relacionamentos
duradouros que o marcaram profundamente. Foi durante uma missão como Inspetor
da Grande Loja Metropolitana que ele vislumbrou a possibilidade de unir a
Maçonaria a um dos esportes mais populares do mundo.
A Largada da Loja F1
A ideia surgiu de forma espontânea, quando
Parry perguntou a um grupo de maçons de uma Loja em dificuldades quais eram
seus interesses fora da Maçonaria. Um deles mencionou a Fórmula 1 — e foi o
suficiente para acender a luz verde. Reconhecendo o potencial de unir duas
paixões, Parry mobilizou entusiastas do automobilismo e, após um ano de
planejamento, transformou aquela Loja em uma iniciativa vibrante que hoje conta
com 50 membros.
O Rito da Velocidade
A Loja Fórmula 1 não apenas leva o nome do
esporte — ela integra a temática em sua ritualística com criatividade e
precisão. Os martelos usados nas sessões são modelados como pistões de carro de
corrida, e os cargos administrativos ganharam apelidos inspirados no universo
da F1: o Venerável Mestre é o Chefe de Equipe, o Diretor de Cerimônias é o
Gerente de Equipe, o Secretário é o Diretor Técnico e o Guarda Interno é
conhecido como Controlador de Pit Lane.
O cerimonial também é repleto de simbolismo
automobilístico: a abertura da Loja envolve duas voltas ao redor do Templo,
representando a volta de aquecimento de uma corrida. Ao final, a recessão
ocorre ao som de "The Chain", clássico do Fleetwood Mac associado às
transmissões da F1, enquanto os membros se despedem ao som de bandeiras verdes
e uma bandeira quadriculada — saudando o início de mais uma jornada fraternal.
Mais que Irmãos: Uma Equipe Global
A Loja Fórmula 1 reúne maçons de diversas
nacionalidades e promove encontros não apenas em seus templos, mas também em
eventos de Grandes Prêmios ao redor do mundo. Quando não estão nas
arquibancadas, os irmãos se reúnem em bares esportivos para almoçar e assistir
às corridas juntos, reforçando o senso de fraternidade e conexão.
Engajamento Social e Inovação
Além das atividades internas, a Loja tem um
forte compromisso com a comunicação e a filantropia. Uma equipe dedicada
administra as redes sociais e distribui um boletim informativo bimestral,
mantendo candidatos e simpatizantes atualizados. Um dos destaques é o apoio à
instituição de caridade "Corrida contra a Demência", que busca
aplicar a mentalidade e as inovações do mundo da F1 à pesquisa médica,
ampliando os horizontes da solidariedade maçônica.
O Futuro Acelerado da Maçonaria
Segundo Parry, a F1 Lodge está apenas no começo
de sua jornada. A proposta é expandir o modelo para outras localidades e
inspirar a criação de Lojas temáticas baseadas em outros interesses,
aproximando a Maçonaria das novas gerações. “Temos o modelo, a experiência e a
motivação para ajudar qualquer outro grupo de interesse especial a perseguir
sua própria paixão”, afirma.
Onde a Tradição Encontra a Inovação
A Loja Fórmula 1 é um exemplo vibrante de como
a Maçonaria pode se adaptar sem perder sua essência. Ao incorporar elementos
modernos sem abrir mão dos princípios iniciáticos e filosóficos, a Loja reforça
que, na Fraternidade, a linha de chegada é apenas mais uma etapa de um circuito
sem fim — uma corrida rumo ao autoconhecimento, à fraternidade e ao
aperfeiçoamento humano.
Fonte: Site da UGLE
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