No crepúsculo da era digital, onde telas piscam
como estrelas falsas e o homem corre atrás de likes efêmeros, surge a dúvida
antiga:
vale a pena ser maçom, guardião de símbolos
eternos, em tempos de templos virtuais e rituais esquecidos?
Olhe ao redor: o mundo grita em caos.
Guerras
frias viram quentes em posts; virtudes se dissolvem em algoritmos.
E a fraternidade, onde fica?
Está se tornando “um meme” passageiro.
Por que vestir o avental, erguer o malhete, quando
o esquadro da vida parece torto?
Pergunta coloquial que muitos fazem.
Mas pare, irmão, e contemple o Oriente.
A Maçonaria não é relíquia de museu, nem clube
de segredos para curiosos.
É forja de almas, lapidação do artífice de si
próprio, onde o eu bruto vira pedra polida.
Analisando pela batuta do sábio mestre,
concluímos que, nos dias atuais, vale mais do que nunca.
Vivemos na Torre de Babel 2.0:
línguas confusas em redes sem alma, onde o ego
reina soberano e solitário.
Ser maçom é rebelar-se contra isso:
juntar mãos em Loja, olhos no mesmo ideal, construir
pontes sobre abismos de ódio.
Vale pela ética que o mundo perdeu.
Princípios como pedras angulares da Ordem —
Liberdade, Igualdade e Fraternidade — sempre
orientarão nossas condutas e posturas.
Não em discursos vazios, mas em atos, no
silêncio do juramento, no toque sagrado.
Persistimos na caminhada da verdadeira Luz, enquanto
o mundo negocia almas por poder.
Vale pela busca interior, quando o ter suplanta
o ser.
O maçom desce às profundezas do templo, enfrenta
sombras no Quarto de Reflexões e emerge com a luz da razão acesa.
No “Instagram” da existência, ele posta
virtude.
E a filantropia?
Ah, não é pose, arrogância ou leviandade.
É trabalho voluntário e abnegado.
As Lojas tecem redes de solidariedade, ajudam as
viúva, educam o órfão, sem holofotes ou hashtags vazias.
No seio da Verdadeira Maçonaria, berço de
templos vibrantes, vemos isso pulsar: mãos unidas no escuro.
Críticos da Ordem ululam e gritam:
“Arcaica! Elitista!”
Mas esquecem: a Maçonaria é universal, abre
portas a todos que buscam crescer.
Não é para preguiçosos de espírito, mas para
quem labuta na própria obra.
Vale pela disciplina que o mundo abandonou.
Hoje, com fake news como pragas, o maçom
cultiva a verdade como planta rara.
No ritual, aprende a discernir o ouro do
chumbo, a geometria da retidão em curvas sociais.
Ser maçom é ser farol em noites de eclipse.
E o mistério?
Em tempos de tudo exposto, o véu do Templo
guarda o sagrado.
Não é segredo por segredo, mas por proteção: a
luz cega os despreparados.
Vale pela jornada iniciática, eterna como o sol
que nasce no Oriente.
Duvida ainda?
Olhe para líderes caídos, políticos sem
bússola, ricos sem alma.
O maçom, lapidado, resiste à erosão.
Constrói catedrais invisíveis: de caráter
firme, de irmandade viva.
Nos dias atuais, com a IA ditando destinos e a
solidão em meio à multidão conectada, a Maçonaria é o antídoto humano:
um círculo de irmãos, real e tátil, onde o
malhete ecoa: “Melhore-se!”
Vale a pena?
Sim, mil vezes sim.
Não por glórias passageiras ou títulos, mas
pela Obra Magna da alma em construção.
Seja aquele que busca a perfeição, sob as
bênçãos do Grande Arquiteto que guia o traçado.
Levante-se, irmão, e responda ao chamado.
O mundo precisa de mais Pedreiros Livres.
A Loja espera. O Oriente brilha.
Ser maçom hoje?
Vale não por glórias de pó estelar, passageiras
como névoa matinal.
É ser eterno.
É valer a pena em cada traço do compasso da
virtude.
É valer a pena em cada sílaba do Grande Livro
da Vida.
(*) Ir.’ Dário Angelo Baggieri, M∴
I∴
CIM nº 157465
Cadeira nº 1 das AMLES e da AMLTF
Patrono: Alferes Tiradentes


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