Acácia Sem Poder Germinar ou Florescer


Por Milton Arieta Lopez

A acácia, árvore de incomparável beleza e robustez, é companheira e testemunha da história da humanidade desde os tempos ancestrais. As suas raízes, capazes de penetrar nos solos mais secos, conferem-lhe uma capacidade única de adaptação, permitindo-lhe florescer mesmo em desertos implacáveis, onde poucos organismos prosperam. Esta árvore não apenas sobrevive; manifesta uma elegância sutil e poética. Suas flores, brancas tornando-se douradas sob o sol, exalam um perfume doce e inebriante que acaricia o ar, transportando a consciência para um estado de paz e serenidade. A acácia é símbolo de vida, força e beleza pura na sua forma mais crua, uma fortaleza vestida de delicadeza que encontra o seu lugar nos locais mais inóspitos.

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Algumas culturas antigas elevaram a acácia a um estatuto quase sagrado, atribuindo-lhe profundos significados simbólicos e práticos. Os hebreus, segundo a sua tradição e lendas, construíram a Arca da Aliança com a sua madeira, vendo-a como símbolo da aliança eterna com o divino. Os egípcios também o utilizavam nos seus barcos rituais, confiando na sua pureza para atravessar as águas sagradas do Nilo em cerimónias que evocavam a viagem para a eternidade, um navio que transportava esperanças de uma vida após a morte. Em África, a acácia tem sido fonte de medicina ancestral: as suas folhas, casca e resina, transformadas em unguentos e bálsamos, aliviaram doenças e curaram feridas, testemunhando a generosidade da natureza que proporciona a saúde humana.

Porém, na Maçonaria, a acácia assume um simbolismo ainda mais profundo e transcendente. Representa a imortalidade dos valores e princípios humanistas, a capacidade de resistir às adversidades e o compromisso inabalável com a busca pela verdade. Para os maçons, a acácia é o símbolo da essência dos ideais que perduram além da existência física, sendo comum colocar um galho no túmulo de um irmão maçom, como sinal de respeito e reconhecimento de sua integridade moral. A acácia é, portanto, um lembrete constante de que o essencial é invisível e durável, tal como os princípios que guiam o ser humano no caminho da justiça e da verdade. Contudo, esta espécie, entre muitas outras, enfrenta a ameaça de um ambiente cada vez mais hostil, onde as suas possibilidades de “germinar” e “florescer” estão comprometidas.



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