Robert Wadlow: O Maçom Mais Alto do Mundo


Por M. Christopher Lee, 32° – Valley of Kansas City, Missouri
Tradução e adaptação para o português por Luiz Sérgio Castro

A pequena cidade de Alton, Illinois, com seus cerca de 25 mil habitantes, guarda uma história monumental — literalmente. É lá que se encontra a estátua em tamanho real de Robert Pershing Wadlow, bem em frente ao Museu de História e Arte de Alton. Se você já folheou o Guinness Book of World Records, certamente viu o nome e a imagem deste homem extraordinário: com 2,72 metros de altura (8 pés e 11,1 polegadas), Wadlow é, até hoje, o ser humano mais alto da história documentada.

O Irmão Robert e a Loja Maçônica

Minha visita a Alton prosseguiu rumo à Franklin Lodge nº 25, A.F. & A.M., onde Wadlow foi iniciado na Maçonaria. Fui recebido pelo RWB Ray Chaney, ex-Grande Instrutor e atual secretário da Loja. Durante a visita, Chaney mostrou com orgulho as recentes renovações no edifício, incluindo a madeira restaurada no vestíbulo e o teto cuidadosamente refeito. Em seguida, subimos até o cofre da Loja, onde está guardado o livro de atas que documenta a iniciação de Robert.

Afixado à capa do livro, um bilhete destaca duas páginas importantes: uma com o registro da iniciação de Robert como Aprendiz Maçom e outra referente ao seu funeral.

Vida e Iniciação Maçônica

Robert Wadlow nasceu em 22 de fevereiro de 1918, em Alton. Um problema em sua glândula pituitária provocou um crescimento acelerado desde a infância, fazendo com que ele superasse 1,80 metro aos oito anos de idade. Ao falecer em 1940, com apenas 22 anos, pesava cerca de 200 kg e media quase 2,73 metros.

Ainda jovem, Robert participou dos Escoteiros e ingressou na Ordem DeMolay patrocinada pela Maçonaria, destacando-se por seu entusiasmo e liderança. Em 1933, aos 15 anos, uniu-se ao capítulo DeMolay da Franklin Lodge, servindo como oficial e representando sua Loja em uma conferência nacional em Kansas City, onde conheceu Walt Disney, também DeMolay.

Pouco após completar 21 anos, Robert apresentou sua petição para tornar-se maçom. Em uma coincidência singular, ele, seu pai Harold Wadlow e outro candidato, George Walter Hassman, foram iniciados na mesma noite — Harold foi o primeiro, seguido por Robert e depois por Hassman.

O avanço de Robert na Maçonaria foi notavelmente rápido: em apenas 16 dias (de 19 de outubro a 4 de novembro de 1939), ele passou pelos três graus simbólicos, tornando-se Mestre Maçom — um feito extraordinário, mesmo pelos padrões atuais. As atas revelam que tanto ele quanto seu pai foram examinados nos catecismos antes de serem elevados ao grau de Mestre.

Uma Vida Breve, Um Legado Eterno

Infelizmente, a jornada maçônica de Robert foi interrompida precocemente. Ele faleceu em 15 de julho de 1940, vítima de uma infecção decorrente de uma bolha no tornozelo causada pela sua órtese. A infecção se agravou devido a uma deficiência imunológica, consequência de sua condição médica.

O funeral de Robert foi um evento de grande comoção: cerca de 32 mil pessoas passaram pelo velório, que durou dois dias. Maçons de 28 Lojas em 10 estados diferentes estiveram presentes. Seu corpo foi escoltado até o Cemitério Oakwood por uma guarda de honra da Ordem DeMolay.

A Sala Wadlow

No segundo andar da Franklin Lodge, a “Sala Wadlow” abriga relíquias do irmão gigante. Entre os destaques estão sua cadeira sob medida, um retrato quase em tamanho real, um disco de prata com uma entrevista de 1939 (disponível no YouTube), um de seus sapatos tamanho 37 americano, recortes de jornais, prêmios DeMolay, livros memoriais do funeral e uma réplica exata de seu anel maçônico tamanho 25.

Um Irmão Para Sempre Lembrado

O auditório da Loja, com mais de 100 assentos e um pé-direito de 4,5 metros, permitia que Robert ficasse em pé com conforto durante suas cerimônias. Contudo, como disse RWB Chaney, “ele tinha que se abaixar para passar por todas as portas do edifício”.

Graças aos avanços da medicina, casos como o de Robert Wadlow podem hoje ser tratados, o que torna ainda mais improvável que alguém venha a superar sua altura. Sua morte foi causada por uma infecção que, anos depois, poderia ter sido tratada com penicilina — descoberta por outro maçom notável, Dr. Alexander Fleming.

A história de Robert Wadlow é, acima de tudo, um tributo à força de espírito, à fraternidade e à memória viva que a Maçonaria preserva em seus registros e rituais. Ele pode ter sido o maior homem em estatura, mas também o foi em humildade, serviço e fraternidade.


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