Maçonaria e Empatia


OUÇA O ARTIGO

  

Da Redação

Os conceitos de empatia, simpatia e compaixão são frequentemente confundidos, embora possuam significados distintos. Compreender essas diferenças é essencial para perceber como a empatia se insere de forma profunda nos princípios da Maçonaria e no exercício cotidiano do verdadeiro amor fraternal.

A compaixão surge quando somos confrontados com o sofrimento alheio e sentimos, de forma ativa, o desejo de aliviar essa dor. Ela envolve não apenas um sentimento, mas também a intenção concreta de ajudar. Já a simpatia refere-se, em geral, à expressão de pesar ou piedade diante do infortúnio de alguém. Ao manifestarmos simpatia, comunicamos nossos sentimentos à outra pessoa, algo que, nos dias atuais, costuma ocorrer por meio de palavras, cartas ou gestos formais de solidariedade.

A empatia, por sua vez, vai além. Pesquisadores das emoções a definem como a capacidade de perceber os sentimentos de outra pessoa e, ao mesmo tempo, imaginar o que ela pode estar pensando ou sentindo. Trata-se de um exercício consciente de colocarmo-nos no lugar do outro, compreendendo suas experiências, desafios e processos internos. Na Maçonaria, a empatia é a extensão lógica da Caridade Maçônica e uma manifestação viva do princípio do Amor Fraternal.

Para o maçom, a empatia não é apenas um sentimento abstrato, mas um verdadeiro instrumento de transformação social — um mecanismo capaz de tornar o mundo um lugar melhor para todos. A conhecida advertência “antes de julgar um homem, caminhe uma milha em seus sapatos” expressa exatamente essa ideia. Antes de qualquer julgamento, é necessário compreender a trajetória, as dificuldades e as circunstâncias do outro. Esse antigo provérbio nada mais é do que um convite permanente à prática da empatia.

O significado do Socorro Maçônico pode ser bem ilustrado por uma história simples, porém profunda. Um vendedor tem seu carro quebrado em uma estrada rural isolada. Um agricultor que trabalhava em um campo próximo aproxima-se para ajudar, e logo descobrem que são Irmãos maçons. Preocupado, o vendedor explica que possui um compromisso importante na cidade vizinha. O agricultor prontamente lhe oferece seu próprio carro, garantindo que chamaria um amigo para providenciar o conserto enquanto ele seguia para a reunião.

Horas depois, o vendedor retorna, mas o veículo ainda aguarda uma peça que só chegaria na manhã seguinte. Mais uma vez, o agricultor tranquiliza o Irmão: oferece o telefone para que ele reagende seus compromissos, convida-o a passar a noite com sua família e assegura que o carro estaria pronto logo ao amanhecer. A esposa do agricultor prepara um excelente jantar, compartilham uma boa conversa acompanhada de um fino uísque, e o visitante repousa tranquilamente. Ao despertar, encontra seu carro consertado e pronto para seguir viagem.

Após um farto café da manhã, o vendedor agradece profundamente pela hospitalidade. Ao despedir-se, pergunta ao agricultor:

— “Meu Irmão, você me ajudou porque sou maçom?

A resposta foi simples e definitiva:

“Não. Eu o ajudei porque eu sou.”

Essa breve narrativa encapsula a essência da empatia maçônica: ajudar não por obrigação, reconhecimento ou conveniência, mas porque o caráter assim exige. Ser maçom é, acima de tudo, viver os valores que a Ordem ensina — dentro e fora do Templo.

 

Postar um comentário

0 Comentários