Na Maçonaria, falamos frequentemente sobre
"harmonia de loja". É belo, nobre, inspirador... exceto quando o
irmão rabugento chega .
Porque sim, por mais surpreendente que pareça,
a iniciação não transforma magicamente uma pessoa rabugenta em um sábio
estoico. Alguns entram rabugentos... e saem rabugentos, mas com um avental por
cima.
O "rabugento" é uma figura atemporal.
Ele já existia na época de Salomão, provavelmente escondido em um canto do
Templo, resmungando: "Estas pedras lavradas são muito quadradas, eu as
teria feito redondas!"
Então aqui está uma galeria (não exaustiva) dos
nossos mal-humorados favoritos:
1. O irmão “eu-sei-de-tudo-melhor-que-você”
Ele leu tudo, viu tudo e corrigiu tudo.
Quando um aprendiz comete um erro ao dar o
passo errado, ele é rápido em apontar... mas bem no meio do silêncio. Seu lema:
"Reclamo, logo ensino".
Um detalhe interessante: ele comete os mesmos
erros com frequência. Mas isso, claro, não é a mesma coisa.
2. O Irmão “Cronômetro Humano”
Ele não está usando um relógio, mas sim uma
bomba-relógio. Cada quadro que passa de dez minutos desencadeia um festival de
suspiros, olhares para o relógio e "Perdemos o pontapé inicial...".
No final, ele conclui com um magnífico:
"Foi interessante, mas um pouco longo". Tradução: ele não ouviu nada.
3. O irmão “Iniciatório do WhatsApp”
Ele permanece em silêncio durante o trabalho,
mas compensa no grupo da loja.
Mensagens intermináveis, citações
pseudoespirituais, vídeos de cachorros latindo para a lua... Tudo enviado às 2
da manhã.
Quando ele discorda, deixa o grupo com grande
alarde: "Não aguento mais esta loja!" ... apenas para retornar dois
dias depois, com ar arrependido, após alguns tapas fraternais.
4. O Irmão “Vítima Cósmica”
Este está convencido de que é incompreendido.
Repete: "Ninguém me ouve, minhas ideias
são deixadas de lado..." E quando finalmente lhe é dada a palavra, declara
solenemente: "De agora em diante, não direi mais nada."
É claro que, dois trajes depois, ele retoma seu
papel favorito: o do profeta anônimo.
5. O Irmão “Efeitos Sonoros e Efeitos
Especiais”
Você pode identificá-lo facilmente: é ele quem
abre lentamente seu doce em silêncio ritual, ou quem deixa cair ruidosamente
sua bússola.
Alguns acham que é uma tentativa sutil de
imitar o crepitar de uma fogueira de verão. Outros acham que ele está
confundindo um camarim com um cinema interativo.
6. Irmão “Louvores Infinitos”
Quando ele pede para falar, todos sabem que a
maratona está começando.
Ele parabeniza absolutamente a todos:
"Querido irmão, sua postura no Oriente foi de rara majestade. Irmão
Hospitaleiro, seu sorriso irradiava o universo."
No final, ele elogiou toda a loja, exceto o
irmão que realmente trabalhou.
7. O irmão “Engenheiro de Projetos Prontos”
Ele nunca sugere nada, mas critica tudo.
A cada decisão, ele suspira: "Eu teria
feito diferente..." sem nunca explicar como.
Ele é o equivalente maçônico do torcedor de
futebol que grita "Mas, bola!" do seu sofá.
8. O irmão “São Bento invertido”
A regra beneditina diz: "É proibido
murmurar". Ele aplica a regra oposta: "É proibido permanecer em
silêncio".
Ele comenta sobre tudo, desde a escolha do
vinho até o cardápio do banquete, passando pela duração do martelo. O silêncio,
para ele, não é uma virtude, mas um castigo cruel.
9. O irmão “estrategista do corredor”
Na cabana, ele é silencioso como uma carpa.
Mas, assim que termina o trabalho, exibe sua arte: mensagens sutis, pressão
suave, confidências silenciosas:
"Diga isso ao Venerável da minha
parte..."
Ele não age abertamente, mas sempre por
procuração. Maquiavel de avental.
10. O irmão “Permanent Show”
Quando ele fala, ele incendeia a plateia... sem
dizer absolutamente nada. Frases grandiosas, voos líricos, gestos enfáticos.
Tudo para terminar com um desejo: "Um ótimo fim de semana a todos".
É a grande arte do vazio decorado.
A Arte de Amar Nossos Rabugentos
Sejamos claros: apesar das reclamações, os
resmungões são preciosos.
Eles testam nossa paciência, nos obrigam a
cultivar a tolerância e nos lembram que fraternidade não se trata de amar
aqueles que são como nós... mas também aqueles que nos irritam.
No fundo, por trás de cada resmungão,
esconde-se um irmão sincero, talvez desajeitado, mas animado por um coração
fraternal.
Então, sim, eles resmungam, suspiram, criticam
e se irritam. Mas essa também não é uma maneira um pouco distorcida de amar a
loja?
Como disse Cortella: "Um rabugento
amaldiçoa a escuridão. Um pedreiro procura a vela... e a acende."
A escolha é nossa.
Fonte: https://www.gadlu.info/
LEIA TAMBÉM:
0 Comentários